Muita gente não tem ideia, mas você sabia que quase 65% do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães fica em Cuiabá?! Além disso, a capital mato-grossense também possui 36% da APA (Área de Proteção Ambiental) de Chapada dos Guimarães.
Diante disso, a capital recebe o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) ecológico que representa 5% do ICMS total, distribuído entre os municípios que possuem Unidades de Conservação ou Territórios Indígenas.
Segundo o geólogo, doutor em Geociência e Meio Ambiente (UNESP) e professor na UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), Caiubi Kuhn, as áreas trazem vantagens que agregam para a cidade, que vão além da contribuição econômica.
“No ano de 2019, dos R$ 3.077.879 destinados ao ICMS ecológico em virtude da existência do parque, Cuiabá recebeu R$ 2.338.780. Além disso, no Parque Nacional estão as nascentes do Rio Coxipó, responsável pelo abastecimento de quase metade da população cuiabana”, destaca.
O professor explica ainda que o Parque Nacional e a APA são áreas núcleo da Reserva da Biosfera do Pantanal, e a própria cidade de Cuiabá também está situada dentro desta designação internacional.
O que é Reserva da Biosfera? Título de reserva da biosfera é concedido pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) para áreas especialmente designadas para aliar a conservação ambiental e o desenvolvimento humano sustentável.
“Este conjunto de unidades e designações, podem cumprir um importante papel para possibilitar o contato do ser humano com a natureza e o desenvolvimento de ações de educação ambiental”, ressalta.
Onde é investido o ICMS?
Os recursos do ICMS ecológico precisam ser investidos no desenvolvimento do turismo; na economia criativa; na educação ambiental; e também na proteção e preservação destas unidades de conservação.
“Cuiabá precisa olhar para o seu potencial turístico e atuar fortemente no fomento deste setor. Esse é um ótimo caminho para gerar empregos, renda e, ao mesmo tempo, promover o desenvolvimento sustentável”, avalia Kézia.
O limite entre Cuiabá e Chapada dos Guimarães ocorre no paredão. Vale destacar que áreas como a Salgadeira e muitos dos balneários e pousadas que existem na MT-251 estão em território cuiabano.
Além das belezas naturais, as cidades estão ligadas historicamente com diversas trilhas, sítios arqueológicos e comunidades tradicionais, entre elas, as de São Jerônimo, do Rio dos Médicos e do Coxipó do Ouro.
“Esse conjunto de belezas naturais e culturais cria um cenário perfeito para o desenvolvimento do turismo e o fomento da economia criativa, por meio do artesanato. Tudo isso se soma ao patrimônio histórico, museus, vida noturna e riqueza gastronômica e cultural existente na área urbana da capital”, disse.
Cuiabá e Várzea Grande possuem posição estratégica como porta de entrada do turismo na região. No entorno da região metropolitana, existem áreas fantásticas, como o Pantanal, as águas termais e as belezas naturais de Jaciara e Juscimeira, Nobres com seus inúmeros atrativos, e Chapada dos Guimarães com toda sua beleza.
“Ainda há muito a ser desenvolvido nessas áreas, como o turismo em cavernas, sítios arqueológicos, etnoturismo, entre outros. Por isso é necessário planejamento estratégico robusto em escala local e regional”, reforça.
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