A mãe e a bebê recém-nascida que foi sequestrada pela médica neurologista Claudia Soares Alves, de 42 anos, receberam alta médica do Hospital de Clínicas de Uberlândia (MG) na manhã desta sexta-feira (26).
Segundo as investigações, Claudia entrou na maternidade na terça-feira (23) fingindo ser pediatra. Ela foi ao quarto onde a família estava, pegou a bebê e disse que levaria a uma sala ao lado para ajudar na amamentação. Em seguida, deixou o hospital com a criança.
Assim que os funcionários do hospital notaram o desaparecimento, uma equipe avisou a Polícia Militar, que começou as buscas. A menina foi encontrada no dia seguinte em Itumbiara (GO).
Em nota, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, responsável pelo Hospital de Clínicas de Uberlândia, informou que “iniciou apuração interna de todas as circunstâncias do caso e está colaborando com as investigações”.
O que diz a defesa da médica
A defesa de Claudia Soares Alves diz que ela é “portadora de transtorno afetivo bipolar e no momento dos fatos se encontrava em crise psicótica, não tendo capacidade de discernir a natureza inadequada e/ou ilícita de suas atitudes”.
Os advogados que representam a suspeita apresentaram um laudo que informa que ela faz tratamento psiquiátrico desde 2022 e que “apresenta diagnósticos de transtorno afetivo bipolar, transtorno de ansiedade generalizada e transtorno do pânico” e recebeu prescrição de medicações específicas.
“Em função do seu diagnóstico principal (transtorno afetivo bipolar), a paciente apresenta crises recorrentes de humor deprimido, anedonia, desânimo, irritabilidade, insônia e ideação suicida, alternadas por crises recorrentes de elevação de humor, grandiosidade, persecutoriedade, aumento de atividades, prejudicando gravemente seu juízo crítico da realidade e a incapacita temporariamente (durante as crises) de compreender a natureza inadequada e/ou ilícita de atitudes suas”, finaliza o laudo.
O advogado Vladimir Rezende acrescentou, em entrevista à CNN, que Claudia sempre teve o desejo de ser mãe e que fazia inseminação artificial. Segundo ele, Claudia sofreu um aborto espontâneo no ano passado, o que a teria deixado abalada emocionalmente. “Junto com a perda da gravidez, isso pode ter desencadeado um surto psicótico”, afirmou.
Vídeo – Veja momento do reencontro
Delegado contesta versão da defesa
Também em entrevista à CNN na última quinta-feira (25), o delegado Carlos Fernandes afirmou que o sequestro foi “planejado”, o que, na visão dele, contradiz a tese sobre crise psicótica.
“Ela tinha todo um enxoval ali no local, carrinho de bebê, fraldas, leite, então a gente acredita que ela tenha planejado esse crime.”
* Sob supervisão
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