O Brasil pode tentar averiguar uma possível recontagem dos votos na Venezuela após a eleição de Nicolás Maduro, segundo Regiane Bressan, professora de Relações Internacionais da Unifesp. Em entrevista ao Bastidores CNN, a especialista destacou que o país adota uma postura cautelosa ao se posicionar sobre o resultado eleitoral venezuelano.
De acordo com Bressan, o Brasil está aguardando o resultado final e oficial das eleições, bem como o retorno de Celso Amorim, que esteve na Venezuela acompanhando o processo eleitoral junto ao corpo diplomático. A partir desses elementos, o governo brasileiro poderá definir a melhor estratégia para defender os interesses nacionais.
Política de não intervenção e busca por liderança regional
A professora ressaltou que o Brasil historicamente adota uma política de não intervencionismo em assuntos internos de outros países. No entanto, a situação na Venezuela é considerada sensível e complexa, com grande pressão internacional.
“O Brasil vai aproveitar um pouco que a Venezuela vai ser pressionada por Estados Unidos, já é pressionada por países como Chile, por exemplo, e tentar averiguar uma recontagem, averiguar junto à comunidade internacional como vão lidar com esse resultado”, explicou Bressan.
A especialista também abordou a questão do conflito histórico na região de Essequibo, entre Venezuela e Guiana. Segundo ela, o tema pode voltar à pauta internacional, mas o Brasil já deixou claro que não permitirá o uso de seu território para um possível acesso venezuelano à região disputada.
Bressan concluiu afirmando que o Brasil busca calibrar sua posição para manter uma liderança regional e continuar influenciando e negociando os problemas comuns com a Venezuela, independentemente do resultado eleitoral.
(Publicado por Raphael Bueno, da CNN Brasil)
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