Após ataque que deixou dez indígenas feridos em Douradina (MS), o Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou reforço da Força Nacional para a região. A pasta, no entanto, rechaçou a informação de que agentes tivessem sido retirados do local.
Mais cedo, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) publicou que ruralistas haviam atirado contra povos originários um dia após a Força Nacional ter saído da região. “A Força Nacional tem intensificado a presença na região desde o início de julho, onde permanece até o momento”, rebateu o governo.
Em nota divulgada neste domingo (4), o Ministério da Justiça esclareceu que, no momento do conflito, os agentes estavam patrulhando outra área da mesma região. Acionados, chegaram ao local dos ataques e cessaram o confronto, a partir de um acordo entre os dois grupos.
O texto afirma que a situação atual na terra indígena Lagoa Panambi “está sob controle” e que “os integrantes dos acampamentos estão respeitando os limites estabelecidos”. Mesmo assim, mais agentes serão deslocados de outros estados para atender a região.
Ainda segundo a nota, a pasta comandada por Ricardo Lewandowski tem auxiliado o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e o Ministério Público Federal (MPF) na intermediação do conflito aberto por agricultores das imediações do sítio do Cedro. Patrulhamentos feitos na noite de sábado e na manhã deste domingo não identificaram ocorrências.”
O texto também ressalta que a Força Nacional “permanece atuando de acordo com o planejamento dos órgãos apoiados, com a finalidade de garantir a segurança de forma ininterrupta” e focada “na garantia da segurança dos indígenas, com respeito às culturas e evitando qualquer forma de violação dos direitos humanos”.
Dois em estado grave
Segundo o Cimi e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), dos dez feridos, dois indígenas estariam em estado grave: um com um tiro na cabeça e outro com um tiro no pescoço. Eles estão internados em Dourados (MS), sob acompanhamento médico.
O conflito ocorreu às vésperas da audiência de conciliação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o marco temporal da demarcação de terras indígenas. A reunião ocorre nesta segunda-feira, com representantes dos povos indígenas, partidos, Congresso, governo e entidades sob a coordenação do ministro Gilmar Mendes. Os trabalhos devem durar até dezembro.
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