Julho é o mês com mais focos de calor em Mato Grosso desde 2018

Incêndio na Fazenda Morro do Mano, em Primavera do Leste, dia 2 de agosto. (Foto: Ruan Gabriel/ TVCA)


Dados alarmantes apontam que Mato Grosso registrou 2.472 alertas de focos de calor, apenas durante o mês de julho deste ano, um aumento de 70,13% em relação ao mesmo período do ano passado.

O levantamento divulgado pelo Portal de Inteligência Territorial do ICV (Instituto Centro de Vida), mostra ainda que este número coloca o mês como o com maior com registros de queimadas desde 2018.

Incêndio na Fazenda Morro do Mano, em Primavera do Leste, dia 2 de agosto. (Foto: Ruan Gabriel/ TVCA)


Ainda de acordo com os dados, em comparação com julho de 2020, ano histórico de queimadas no estado, o aumento registrado foi de 2%. Naquele ano, um total de 265 mil hectares do Pantanal mato-grossense foram devastados.

Diferente de 2020, dessa vez a Amazônia foi o bioma com maior incidência de focos. Durante o mês de julho, foram registrados 1.474 focos de calor, o que corresponde a 60% do bioma dentro dentro do estado.

O levantamento traz ainda uma lista com os dez municípios mato-grossenses com mais registros no período, sendo Colniza, a 1.065 km de Cuiabá, a cidade que ocupa o primeiro lugar, com 537 focos de calor. (Confira a lista abaixo)

Focos de calor em Mato Grosso no mês de julho. (Fonte: Portal de Inteligência Territorial/ICV)
Focos de calor em Mato Grosso no mês de julho. (Fonte: Portal de Inteligência Territorial/ICV)

Alguns destes focos já foram instintos pelos bombeiros de Mato Grosso.

Entre o dia 1º de agosto até esta quarta-feira (7), já foram registrados 1.566 focos de calor em Mato Grosso, conforme o Programa BDQueimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Deste total, 751 se concentram na Amazônia, 473 no Cerrado e 342 no Pantanal.

Os dados são do Satélite de Referência (Aqua Tarde).

Vale destacar que o foco de calor isolado não representa um incêndio florestal. Entretanto, um incêndio florestal conta com o acúmulo de focos de calor.

Combate

Segundo Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso, 138 militares estavam em campo nesta terça-feira (6) realizando o combate a 21 queimadas florestais no estado, com apoio de três aviões, 44 viaturas entre caminhões-pipa e caminhonetes, nove máquinas e um barco.

No Pantanal, são 48 bombeiros em campo no combate aos incêndios na RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) SESC Pantanal, em Barão de Melgaço; em Porto do Triunfo e na Fazenda Cambarazinho, em Poconé; em Porto Conceição e na divisa com a Bolívia, em Cáceres; e na região da Fazenda Belica, que faz divisa com Mato Grosso do Sul.

As equipes contam com dois aviões, 12 viaturas, nove máquinas, quatro caminhões auto tanque e três embarcações. 

Combate a incendios no Pantanal 62 2
Combate à incêndios no Pantanal 2024. (Foto: Michel Alvim/ Secom-MT)

Conforme as informações, auxiliam nas ações oito funcionários da Sinfra (Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística), cinco membros da Defesa Civil do Estado, um integrante do Ciosp (Centro Integrado de Operações de Segurança Pública), brigadistas do ICMBio e Ibama, militares do Exército Brasileiro, Força Aérea Brasileira e Marinha do Brasil.

Dentro do Parna Pantanal (Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense), brigadistas do ICMBio e do Ibama combatem um incêndio próximo à divisa da Reserva Particular do Patrimônio Natural Estância Dorochê.

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Em Cuiabá, capital mato-grossense, 17 bombeiros estão no combate aos incêndios na região da MT-251, popularmente conhecida como Estrada de Chapada. As equipes estão distribuídas em chácaras na região do Coxipó do Ouro e contam com apoio de cinco viaturas.

Na Serra Ricardo Franco, em Vila Bela da Santíssima Trindade, 13 bombeiros fazem o combate direto onde há acesso. As ações contam com apoio de um caminhão-pipa e cinco caminhonetes.

Somadas as ações, 48 bombeiros combatem incêndios florestais na Serra do Patrimônio, em Pontes e Lacerda; na Fazenda La Serena, em Paranatinga; no Assentamento 12 de Outubro, em Cláudia; na Fazenda Casa Branca, em Paranaíta; na Fazenda Morro Alto, em Marcelândia; na Fazenda Araras, em Canarana; na AP Nascente do Rio Paraguai, em Diamantino; no Morro da Mesa, em Poxoréu; na Estrada para Cachoeira da Fumaça, em Aripuanã; na Fazenda Luz do Luar, em Juína; na Fazenda Renascer, em Alto Paraguai; e na área federal Terra Indígena Umutina, em Barra do Bugres.

A estiagem severa e a baixa umidade do ar têm contribuído para a propagação das chamas.

O Corpo de Bombeiros pede que a população colabore e respeite o período proibitivo das queimadas. A qualquer indício de incêndio, os militares orientam que a denúncia seja feita pelos números 193 ou 190.

Monitoramento

Conforme informações do Batalhão de Emergências Ambientais, equipes monitoram, por meio de satélites, incêndios florestais em 21 pontos sendo eles:

  • Fazenda Floresta VII, em Apiacás;
  • Fazenda Guanabara e Vale Verde, em Marcelândia;
  • Fazenda Coroados do Norte II, em Paranaíta; na Fazenda Bauru, em Colniza;
  • Fazenda Araúna, Parque Estadual Cristalino e Fazenda Conquista, em Novo Mundo;
  • Projeto de Assentamento Brasil Novo, em Querência;
  • Assentamento Santa Lúcia, em Ribeirão Cascalheira;
  • Fazenda São Marcos, em Vila Rica;
  • Fazenda Alto Retiro, em Santa Terezinha;
  • Fazenda Bonanza, em Cláudia;
  • Fazenda Limoeiro do Xingu
  • Fazenda Moinho-Califórnia, em São José do Xingu;
  • Rancho Branco, em Bom Jesus do Araguaia;
  • Fazendas São Paulo e Três Formigas, em Tabaporã;
  • Fazenda Tauá, em Nova Mutum;
  • Fazenda Maika, em União do Sul;
  • Fazenda Rainha da Serra, em Luciara;
  • Fazendas Urupianga I e II, em São Félix do Araguaia;
  • Fazenda Laçada e Sítio Buriti, em Confresa;
  • Santa Carmem;
  • Vera
  • Tapurah

Também são monitorados incêndios florestais nas Terras Indígenas Sangradouro/Volta Grande e Merure e na Reserva Indígena São Marcos, localizadas na região de Primavera do Leste.

Por serem áreas indígenas, o combate é feito por órgãos do Governo Federal, já que o Estado não possui autorização para atuar. Até o momento, o Corpo de Bombeiros não foi acionado.

Incêndios extintos

Desde o início do período proibitivo de uso do fogo – na Amazônia e Cerrado, o uso do fogo fica proibido entre 1º de julho a 30 de novembro, e no Pantanal, entre 1º de julho e 31 de dezembro – o os Bombeiros extinguiram 37 incêndios florestais em Mato Grosso: em Cuiabá, Chapada dos Guimarães, Sorriso, Vila Rica, Porto Alegre do Norte, Poconé, Vila Bela da Santíssima Trindade, Nova Lacerda, Barão de Melgaço, Planalto da Serra, Nova Brasilândia, Rosário Oeste, Canarana, Peixoto de Azevedo, Marcelândia, Canabrava do Norte, Itanhangá, Primavera do Leste, Paranaíta, Nova Mutum, Sinop, São José do Rio Claro, Alto Araguaia, Novo Santo Antônio e Canarana.

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