Quanto custa ‘abastecer’ um carro elétrico ou híbrido em MT?


Atualmente, é muito comum andar pelas ruas e rodovias e se deparar com verdadeiras máquinas, os carros elétricos. No mercado, existe uma vasta opção de modelos, de populares aos mais requintados.

Mas a pergunta é: esses veículos são econômicos mesmo? Vale a pena? Afinal, quanto custa a recarga de um carro elétrico? Calma lá, o Primeira Página vai te responder.

Carregadores em casa têm sido uma opção. (Foto: reprodução)

Diferentemente dos combustíveis, no caso da eletricidade, não há uma tabela de preços. Cada lugar cobra um valor pelo kilowatts e há pontos onde a recarga é gratuita, porém com um tempo longo para carregar. O tempo médio pode chegar de 4 a 8 horas para que a bateria atinja 100% do carregamento.

De acordo com o engenheiro eletricista Matheus Silveira, a estrutura para recarga de carros elétricos ou híbridos em Mato Grosso ainda é deficitária. Para quem gosta de pegar a estrada, é preciso ficar atento. Isso porque, no estado, apenas a BR-163 conta com pontos de recarga de veículos elétricos. O usuário não tem custo para carregar e os terminais são mantidos pelas concessionárias que administram as rodovias.

Na BR-163, por exemplo, no trecho administrado pela Nova Rota do Oeste, há seis pontos para recarregar os veículos:

  • Rondonópolis – SAU 02, km 73
  • Santo Antônio de Leverger – SAU 06, km 338,6 da BR-364
  • Várzea Grande – SAU 08, km 434,6 da BR-364
  • Diamantino – SAU 12, km 546,9
  • Lucas do Rio Verde – SAU 14, km 640,7
  • Sorriso – SAU 17, km 784,7

Dentro das cidades, alguns pontos são ofertados em shoppings, instituições representativas, hotéis e concessionárias deste tipo de veículo. Em Cuiabá, por exemplo, existe um ponto na sede da Fiemt (Federação das Indústrias de Mato Grosso). Lá, o abastecimento é feito de forma gratuita das 8h às 18h.

Ainda na capital, outro ponto fica em um shopping na Avenida do CPA, onde a recarga também é feita de forma gratuita e aberta ao público, até às 22h.

Na região norte do estado, segundo o Sindpetróleo, há apenas um posto de combustível comum, que também oferece recarga para carros elétricos e híbridos.

Opção de carregar em casa

Para evitar transtornos com locais e tempo de carregamento, o engenheiro agrônomo Wilmar Trentini Junior optou por instalar um carregador na própria casa.

“Tem lugares que cobram em torno de R$ 4 por kilowatts. Na minha casa pago 1 real e pouquinho para a concessionária [de energia elétrica] e não tenho o transtorno de esperar 5 ou 6 horas para que meu carro seja carregado, à noite coloco no carregador e fico tranquilo. Indo nestes pontos eu teria que ter disponibilidade para esperar”, disse o agrônomo.

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Em casa, o carregamento pode ser feito durante a noite. (Foto: arquivo pessoal)

Tempo de carregamento

Para carregar um carro elétrico, o tempo varia para cada veículo eletrificado. Há diversos fatores que influenciam o carregamento, como os itens que compõem o veículo.

No geral, o tempo médio de carregamento, usando um carregador público Nível 2, pode variar de 3h a 6h horas para uma carga completa.

Com 100% da bateria, por exemplo, o motorista consegue ir de Cuiabá até Lucas do Rio Verde, a 420 km, ao norte do estado.

O engenheiro eletricista explica que o recomendado é que a bateria do veículo mantenha a carga de 20% a 80% de sua capacidade. E sempre que surgir oportunidade é bom que o carro seja recarregado.

“Mesmo que seu veículo esteja com um percentual de bateria razoável e você vai a um shopping center ou outro estabelecimento que tenha um ponto de recarga é pertinente aproveitar a oportunidade e colocar mais carga. Isso chama-se, inclusive, recarga de oportunidade”, comentou Matheus Silveira.

O engenheiro destaca ainda que não é recomendado utilizar “qualquer tomada” para recarregar os carros elétricos.

“Ao adquirir um veículo elétrico, deve ser previsto a instalação de uma estação de recarga, de preferência na garagem da residência, assim o proprietário terá comodidade e segurança ao recarregar a bateria do seu veículo, sem depender da infraestrutura de terceiros. Esta solução se torna necessária, pois o veículo elétrico pode demandar uma alta corrente elétrica no momento de recarga, e conectando o carregador portátil do veículo elétrico em ‘qualquer tomada’ podem ocorrer danos e prejuízos a instalação elétrica da residência, bem como ao veículo e seus componentes”, observou ele.

Desta forma, o carregador de um veículo elétrico deve ser conectado em um ponto de alimentação elétrica dimensionado única e exclusivamente para este fim, com todas as proteções e requisitos previstos em normas.

Ainda segundo ele, para quem vai adquirir um carro elétrico ou híbrido, depois de escolher o modelo, o primeiro passo é solicitar a análise técnica de um profissional qualificado e habilitado da área da engenharia elétrica.

“Este profissional irá avaliar a instalação elétrica da casa e elaborar um projeto para a estação de recarga do veículo elétrico, bem como outras alterações, que podem em alguns casos se fazerem necessárias, como troca dos condutores do padrão de entrada de energia elétrica até o quadro de distribuição geral da residência ou ainda troca de categoria da unidade consumidora, pois haverá um aumento de carga na instalação desta residência”, explicou ele.

O aumento de carga e, consequentemente, a quantidade de alterações necessárias na instalação elétrica da residência, vai variar de acordo com o tipo de estação de recarga que será especificada para proprietário.

Claro que essas adaptações são recomendadas para quem vai querer recarregar o carro em casa. Os que contam com postos de abastecimento não necessariamente precisam mudar a infraestrutura da residência.

“Ao instalar uma estação de recarga em sua residência, você poderá recarregar a bateria do seu veículo elétrico a qualquer hora do dia. Isso oferece uma grande comodidade, como a possibilidade de deixar o carro carregando durante a noite e encontrar a bateria completamente carregada ao amanhecer”, afirma o engenheiro.

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Baterias levam de 3h a 6h horas para serem carregadas. (Foto: arquivo pessoal)

Foi pensando nessa comodidade que Wilmar preferiu adaptar a casa para comprar um carro híbrido.

“Como moro em condomínio, precisei resolver todos os trâmites burocráticos solicitados pelo conselho do condomínio para conseguir adaptar minha casa. Fui atrás de um engenheiro elétrico, fazer um projeto bem específico e só depois da aprovação do conselho, consegui fazer a reforma.

O agrônomo investiu R$ 1,8 mil em material e cerca de R$ 10 mil para fazer as adaptações. O que para ele valeu a pena, já que ele tem a comodidade de recarregar o carro em casa mesmo.

“Fazendo uma conta rápida, digamos que eu gaste R$ 50 para carregar a bateria e consigo rodar em torno de 320 km, dentro da cidade. Porém pra viajar uso outro carro, abastecido à combustão, porque a estrutura de carregamento nas rodovias ainda é pequena, em Mato Grosso”, comentou o agrônomo.

Ele destaca que, por experiência, saindo de Cuiabá, só tem carregadores rápidos em Nova Mutum, Sinop, Rondonópolis ou Primavera do Leste. “Fora isso, tem carregadores na BR-163, mas são carregadores mais lentos, que demoram um pouco e acabam interferindo no tempo da viagem”.

Por outro lado, Wilmar ressalta que, atualmente, o custo para se ter um carro elétrico ainda é elevado, pois o modelo mais barato custa em torno de R$ 100. “Então, o custo por km rodado precisa valer a pena”.

“Escolhi o carro elétrico mais por curiosidade. Eu precisava trocar meu veículo e tinha um que eu já estava interessado, mas ia demorar para ser entregue porque não tinha disponibilidade, então eu fui atrás de outra opção. Foi quando vi a propaganda do carro elétrico, pesquisei, gostei e comprei”.

Tarifa de energia

De acordo com o engenheiro Matheus Silveira, as recargas do veículo elétrico representarão maior consumo de energia elétrica, consequentemente, aumento no valor da fatura.

“Entretanto, este valor a mais na conta de energia elétrica será compensado pela economia que se tem quando comparado com os custos de manter um veículo à combustão, na qual se precisa abastecer em um posto de combustível (gasolina/etanol/diesel). Esta economia no abastecimento, de um veículo elétrico quando comparado a um veículo a combustão, é estimada, em alguns casos, em mais de 70%”.

Ainda segundo ele, a economia é explicada pela eficiência superior que os motores elétricos têm, quando comparados a um motor a combustão interna. “Portanto, o valor adicional a ser pago na conta de energia elétrica pelas recargas do veículo não serão, necessariamente, uma preocupação. Este cenário de economia é ainda melhor nas instalações elétricas que possuem sistemas de geração de energia solar”.

Número de carros elétricos

Segundo dados do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), em 2023, foram emplacados 1.779 carros elétricos em Mato Grosso. Já em 2024, já foram 1.536 emplacamentos para este tipo de veículo em todo o Estado.





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