Ucrânia amplia ataques ao território russo; Kremlin declara emergência em Kursk

CNN Brasil


A região russa de Lipetsk foi atingida por um ataque “massivo” de drones ucranianos, segundo o seu governador, uma vez que o ataque transfronteiriço da Ucrânia à Rússia não mostra sinais de abrandamento.

Pelo menos nove pessoas ficaram feridas no ataque, que danificou a infraestrutura energética e levou à retirada temporária de residentes em várias áreas, escreveu o governador de Lipetsk, Igor Artamonov, nesta sexta-feira (9) no Telegram.

O ataque relatado ocorre depois que a Rússia acusou as tropas ucranianas de cruzarem a fronteira para a região de Kursk na quarta-feira, o que marcou a primeira incursão desse tipo vinda da Ucrânia e pressionou Moscou em uma área praticamente intocada por mais de dois anos de guerra.

Na quinta-feira (8), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reconheceu a ofensiva pela primeira vez, dizendo que Moscou deve “sentir” as consequências da sua brutal invasão da Ucrânia.

“A Rússia trouxe a guerra para a nossa terra e deveria sentir o que fez”, disse Zelensky no seu discurso noturno, sem fazer referência direta ao ataque.

Uma fonte ucraniana com conhecimento do ataque de sexta-feira a Lipetsk – que fica ainda mais fundo no território russo do que Kursk – disse que o ataque atingiu um campo de aviação na região, destruindo um depósito de munições com mais de 700 bombas guiadas, numa operação conjunta envolvendo militares, forças de segurança e o serviço de operações especiais.

A fonte disse que dezenas de caças e helicópteros estavam no campo de aviação no momento e que uma forte explosão provocou um grande incêndio. O Ministério de Emergências de Lipetsk também relatou um incêndio num campo de aviação militar na região.

“O inimigo está atingindo civis em Kursk e Belgorod”, escreveu Artamonov no Telegram. “Hoje [ele] atacou massivamente a nossa região com drones. “Não teremos medo, não cederemos, mas também não vamos arriscar a vida do nosso povo.”

O Ministério da Defesa da Rússia disse na sexta-feira que interceptou e destruiu 75 drones “do tipo aeronave”, incluindo 19 sobre Lipetsk, 26 sobre Belgorod, sete sobre Kursk e vários outros sobre as regiões de Bryansk, Voronezh e Orel. Afirmou que também destruiu cinco na Crimeia e oito nas águas do Mar Negro.

Os relatórios mostram que o ataque da Ucrânia à Rússia não está diminuindo. Embora grupos pró-ucranianos de cidadãos russos tenham organizado ataques transfronteiriços fugazes contra a Rússia, e a Ucrânia tenha repetidamente atacado a região fronteiriça de Belgorod com ataques aéreos, a incursão desta semana marca a primeira vez que unidades regulares ucranianas e de operações especiais atacaram território russo.

A intenção, segundo autoridades dos EUA e da Ucrânia, é em parte desviar as forças russas de outras partes da frente oriental – de onde conseguiram bombardear a região ucraniana de Kharkiv – e em parte desmantelar e desmoralizar as forças russas. As autoridades dos EUA não acreditam que a Ucrânia pretenda manter o território russo a longo prazo.

No início da manhã desta sexta-feira, o Kremlin declarou emergência na região de Kursk e decidiu convocar reservistas para combater no local.

Na quinta-feira, os residentes de Kursk escreveram no Telegram que “enormes e furiosas batalhas estão em andamento” e gravaram um discurso em vídeo ao presidente russo, Vladimir Putin, pedindo sua ajuda.

Rússia ‘um alvo legítimo’ para a Ucrânia

Mykhailo Podolyak, conselheiro de Zelensky, elogiou a resposta ocidental ao ataque ucraniano, dizendo “aprová-la silenciosamente”. Os anteriores ataques ucranianos à Rússia deixaram algumas autoridades ocidentais nervosas, com alguns argumentando que Kiev deveria travar apenas uma guerra defensiva para evitar provocar uma potencial escalada russa.

Podolyak disse na quinta-feira que a resposta do Ocidente foi “absolutamente calma, equilibrada, objetiva e baseada na compreensão do espírito do direito internacional e dos princípios da guerra defensiva”. Ao contrário de Zelensky, Podolyak referiu-se diretamente a “eventos na região de Kursk”.

“Agora, uma parte significativa da comunidade global considera [a Rússia] um alvo legítimo para quaisquer operações e tipos de armas”, acrescentou.

O porta-voz das relações exteriores da União Europeia, Peter Stanno, disse na quarta-feira que a Ucrânia “tem o direito legal de se defender, incluindo atacar um agressor no seu território”. Já o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, foi mais lacônico, dizendo que a Ucrânia é responsável por decidir as suas próprias tácticas.



Fonte do Texto

VEJA MAIS

Suposto advogado é preso com drogas e munições em Salvador

Um homem de 28 anos foi preso em flagrante com 61 kg de drogas e…

um gole da história nas suas mãos

As Belgian Saison são verdadeiras embaixadoras da tradição cervejeira belga. Originárias das regiões rurais da…

Trump e aliados abrem processos antes da eleição dizendo que não cidadãos poderão votar

Donald Trump e seus aliados republicanos estão intensificando acusações infundadas de que a eleição presidencial…