Quer aprender a apreciar um bom vinho? Saiba como dar o 1º passo

Vinho sendo servido em taça.


Apesar do estado ser quente na maior parte do ano, isso não impede o mato-grossense de apreciar um bom vinho. É um caminho sem volta e aqueles que entram neste mundo aprendem, através desta bebida, a experimentar e explorar diferentes sensações gustativas.

Veja abaixo como dar o primeiro passo para ser um apreciador de vinhos e dicas de vinhos que combinam com nosso clima caloroso.


Enquanto a expectativa global é que o consumo de vinho caia 1% todos os anos até 2026, de acordo com a consultoria IWSR, especializada no mercado de bebidas, aqui no Brasil a situação é outra. O consumo médio per capita saiu de 1,8 litro em 2019 para 2,7 em 2022, e permanece nesse patamar.

Segundo o sommelier Charles Carvalho, que já atua há 24 anos no mercado nacional, Mato Grosso se destaca das demais regiões e, a partir de um acompanhamento diário, semanal, mensal e anual, é notado o alto crescimento do consumo de vinhos no estado.

“Outras regiões ainda estão naquela questão do vinho de mesa, com um pouco mais de açúcar. O brasileiro ama aquele vinho tradicionalmente mais doce, mas Cuiabá já está um saltinho acima porque já está saindo do doce para vinhos finos, numa linguagem popular, vinhos secos“, explica Charles.

O sommelier explica ainda que o vinho seco possui o frutal, uma doçura natural da uva que, para aqueles que já estão há mais tempo trabalhando e degustando vinhos, é mais fácil de apreciar e diferenciar cada uva. O profissional destaca ainda que a popularização aumentou durante a pandemia da Covid-19.

“Na pandemia, não só o Brasil, mas o mundo parou, e antes dela o consumo per capita no Brasil chegava a 1.7, 1.8 litros por habitante. O Brasil é imenso, com climas diferentes, regiões diferentes e com as pessoas em casa, o mundo parado, no ano de 2022, quando saíram os dados, o Brasil, pela primeira vez na história, passou dos 2 litros por habitantes“, explica.

No mesmo ano que o Brasil aumentou seu consumo de vinho, Portugal lidera o mundo com 55 litros por habitante. Vale destacar, que em países mais antigos o vinho é considerado um alimento, não uma bebida alcoólica.

Para Lenildo da Silva, empresário da área de tecnologia, tomar vinho é como viajar pelo mundo: desperta cada vez mais a curiosidade pela história daquela garrafa e enriquece a própria cultura e experiência.

“Em torno de uns 25 anos comecei a apreciar vinho entre amigos, quando você começa tomando vinho doce, achando que aquilo é bom, depois a gente vai amadurecendo. Vai passando o tempo vai desenvolvendo um hábito e um paladar melhor, e ai é uma paixão. Tomar vinho para mim é uma coisa que faz parte da minha vida“, destaca.

A professora e arquiteta, Márcia Andrade, vê em uma taça de vinho como uma boa e velha amiga para um fim de tarde, ou para compartilhar momentos.

“Gosto de rosé, mas [neste momento] estou tomando vinho tinto porque o clima favorece. Eu acho que [comecei a apreciar] a partir do espumante, sempre seco. Nunca gostei muito do suave e aí foi um passo para gostar de vinho. Gosto mais de branco e rosé“, disse.

Melhor vinho para o calor

Para que você, caro leitor, aprenda a apreciar um bom vinho, precisamos começar falando pelo clima da região em que estamos. Pelo calor predominar em boa parte do ano, o sommelier sugere espumante, vinho branco ou rosé.

(Foto: Reprodução)

“Por estarmos em uma região mais quente, o ideal é vinho branco, vinho rosé e espumante porque esses vinhos têm acidez um pouco mais presente. Uma acidez muito agradável e que não incomoda. Ela serve para refrescar no nosso corpo e tem uma cultura também aqui em Cuiabá de consumir muito peixe, uma das melhores harmonizações é carne branca, sem muita estrutura“, ressalta Charles.

Muitas vezes, é possível dar estrutura ao prato colocando algum elemento como azeite, tempero, legumes, verduras, para harmonizar melhor os vinhos, como os da uva Sauvignon Blanc, Chardonnay por exemplo, conhecida por ser mais cítrica e perfumada.

Já no clima frio, o melhor o optar pelos tintos.

“A melhor harmonização para o frio é um bom vinho tinto, porque tem taninos e polifenóis, que são elementos que servem como aquecer o nosso corpo. Por isso que no frio o consumo de vinho tinto aumenta muito“, destaca o sommelier

Primeiro passo para ser um apreciador (a)

Fabiana Lourenço de Souza, é sommelier mais atuante na região de Mato Grosso, e dá dicas de como começar a ser um bom apreciador na área.

Se você quer aprender a ser um (a) apreciador (a) de vinhos, a profissional explica que o ideal é ir treinando o paladar aos poucos.

vinho
Vinho sendo servido em uma taça. (Foto: Renata Fontoura)

“No vinho tudo pode então vai muito pelo gosto de cada cliente. Se você é acostumado com um vinho suave, a gente vai aos poucos mudando o paladar, indo para um meio seco, ou vai para um vinho mais fino, depois um meio seco, até chegar no extremamente seco“, destaca a sommelier.

Mas para além do vinho, outro ponto crucial é a harmonização com o prato, já que o objetivo é encontrar o equilíbrio.

Fabiana indica ainda quais são as melhores uvas para começar essa jornada:

  • Pinot noir
  • Carménè
  • Merlot
  1. Você acredita que os vinhos têm data de validade ou quanto mais velho, melhor?

  2. Você é amigo do vinho? PP te explica essa expressão

  3. Seco, suave, tinto ou branco: você sabe os segredos de um bom vinho?





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