O Brasil condenou “nos mais fortes termos” um ataque do Exército israelense contra uma escola na Cidade de Gaza. As autoridades locais falam em cerca de 100 mortos.
Em comunicado, o Ministério de Relações Exteriores destacou que o alvo do bombardeio israelense foi uma infraestrutura civil que abrigava palestinos refugiados.
“O bombardeio, que atingiu a escola de Al-Tabin, na cidade de Gaza, deixou dezenas de mortos e feridos, incluindo mulheres e crianças. O Brasil expressa profunda solidariedade às famílias das vítimas, ao governo e ao povo do Estado da Palestina”, declarou o Itamaraty.
O governo brasileiro ainda cobrou que Israel “atue com base no princípio da proporcionalidade, tomando as medidas necessárias para proteger a população civil nos territórios ocupados”.
“O desrespeito a esse princípio tem sido recorrente nas operações militares israelenses na Faixa de Gaza nos últimos dez meses. O Brasil deplora que, em meio a esforços de negociações para acordo que assegure cessar-fogo, libertação dos reféns e acesso desimpedido ao auxílio humanitário em Gaza, o governo israelense siga adotando medidas que levam à escalada do conflito e afastam ainda mais os povos da região do alcance da paz”, acrescentou.
“Nesse contexto, o Brasil conclama as partes à imediata e plena implementação do plano de cessar-fogo aprovado pela Resolução 2735 (2024) do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, concluiu.
Ataque contra escola e mesquita
Pelo menos 93 palestinos foram mortos em um ataque israelense a uma escola e mesquita em Gaza que abrigava pessoas deslocadas, de acordo com autoridades locais.
A Defesa Civil de Gaza disse que as pessoas estavam realizando orações ao amanhecer no complexo Al-Tabi’in, no bairro de Al-Daraj, na parte leste da Cidade de Gaza, quando o local foi atingido na noite deste sábado (10).
“Recuperamos pelo menos 90 pessoas que foram mortas”, disse o porta-voz Mahmoud Basal à CNN, acrescentando que “muitas delas estão dilaceradas, muitas ainda não foram identificadas”.
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) confirmaram à emissora que atingiram a escola, dizendo que sua força aérea “atingiu precisamente os terroristas do Hamas que operavam dentro de um centro de comando e controle do Hamas embutido” no prédio.
Os militares também disseram que antes do ataque aéreo, “várias medidas foram tomadas para mitigar o risco de ferir civis, incluindo o uso de munições precisas, vigilância aérea e informações de inteligência”.
Depois que a CNN pediu à IDF evidências que apoiassem sua alegação de que o complexo abrigava um centro de comando e controle, ela disse que tinha informações dizendo que cerca de 20 combatentes do Hamas e da Jihad Islâmica operavam no prédio.
A IDF também contestou o número de mortos fornecido pelas autoridades de Gaza. A CNN não pode verificar os números de forma independente.
O ataque deste sábado é o quinto em uma escola em Gaza pelo exército israelense desde o último domingo (4).
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