A ex-primeira-dama da Argentina, Fabiola Yáñez, falou publicamente pela primeira vez após denunciar o ex-presidente Alberto Fernández por “violência física e mental” no tempo em que foram casadosl. De Madri, onde vive agora, ela conversou o meio de comunicação argentino Infobae.
Visivelmente abalada durante a entrevista, Yáñez relatou episódios de “terrorismo psicológico”.
“A outra violência da qual fui sujeita durante muito tempo foi o assédio telefônico e o terrorismo psicológico. Essa pessoa passou dois meses me ameaçando dia sim, dia não, dizendo que se eu fizesse isso ou aquilo ele cometeria suicídio. Isso não se faz. Isso é um crime”, afirmou a ex-primeira-dama.
“A violência que existia antes era o assédio. Eu tinha que ficar ao telefone o dia todo, porque se não estivesse era como se estivesse fazendo uma coisa ou outra. Com isso, comecei a ficar cada vez mais trancada dentro do apartamento. “Não podia ir a um restaurante com os meus amigas”, acrescentou Yáñez.
Quando questionada se foi vítima de outros tipos de ataques, Yáñez se recusou a responder, dizendo que se tratava de uma informação que fazia parte do processo judicial e não podia comentar o assunto.
Ainda segundo o relato da ex-primeira-dama, inibidores foram instalados no carro que possuía para que o veículo fosse desligado se dirigisse para longe de casa.
A CNN tem feito esforços desde o sábado (11) para contatar a ex-primeira-dama para obter mais detalhes sobre o que foi dito ao Infobae, mas ainda não obteve resposta.
Denúncia de violência doméstica
A imprensa argentina revelou as acusações de agressão da ex-primeira-dama contra Fernández, no último dia 6 de agosto. O caso veio a público depois que a Justiça argentina teve acesso a mensagens e fotografias que provariam os episódios de violência contra Fabiola Yáñes.
Segundo o jornal argentino Clarín, algumas agressões teriam acontecido durante a gravidez de seu filho Francisco, em 2022, quando Fernández ainda era presidente do país.
O Judiciário tomou conhecimento das mensagens e fotos durante uma perícia no celular da ex-secretária de Alberto Fernández, María Cantero. O telefone era analisado como parte de uma investigação federal sobre uma suspeita de corrupção no governo envolvendo um agente de seguros.
Ao se deparar com o conteúdo, o juiz do caso perguntou se a ex-primeira-dama queria prestar queixa, mas ela disse que não.
Agora, com tudo público, se espera que Yáñes preste depoimento, mas ainda sem data marcada.
O ex-presidente, que está proibido de sair da Argentina e se aproximar ou se comunicar com Yañez, que vive na Espanha com o filho, entre outras medidas cautelares determinadas pelo juiz.
Alberto Fernández nega os crimes e diz que “levará provas à Justiça”.
* Nota do editor: Caso precise de ajuda ou informações, procure o Centro de Valorização da Vida (CVV), que dá apoio emocional e preventivo ao suicídio. Ligue para 188 (número gratuito) ou acesse www.cvv.org.br.
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