Entenda o passo a passo da investigação sobre a queda do avião da Voepass

CNN Brasil


As investigações sobre a que do avião da Voepass em Vinhedo (SP) envolvem órgãos da Forças Aérea Brasileira (FAB) e a Polícia Federal (PF). A tragédia no interior de São Paulo, na última sexta-feira (09), matou 62 pessoas.

O trabalho dos investigadores pode demorar meses e passa por diversas etapas de perícia, elaboração e apresentação de relatório, além avaliação de causas e responsabilidades.

Ao final do processo, dependendo dos resultados, pode haver representações legais. Entenda a seguir como funcionam as etapas desse processo.

1ª Fase: Perícia

Quando um acidente aéreo acontece, a busca pela caixa-preta é prioridade após o resgate de possíveis sobreviventes. Essa “ação inicial” é conduzida pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), vinculado a FAB.

No caso a investigação atual, o órgão conta com uma agência francesa que ajuda a investigar queda de avião em Vinhedo (SP).

O órgão diz que os agentes internacionais ajudam nas buscas pelas partes do avião, que podem ser analisadas pela perícia, já que a aeronave foi fabricada na França. Uma agência canadense, país de origem do motor, também atuou no local do acidente.

A Polícia Civil de São Paulo também participa dessa etapa da investigação. A instituição instaurou inquérito para apurar as causas do ocorrido, e apoiou na identificação dos corpos das vitimas. Imagens de drones foram capturadas pela polícia paulista, e poderão ajudar na resolução do caso.

De acordo com a FAB, os dois gravadores de voo, popularmente conhecidos como caixas-pretas, foram encontrados entre os destroços do acidente. As caixas-pretas são transferidas para o Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo (LABDATA) do Cenipa, em Brasília.

A FAB informou também que os trabalhos de preparação, extração e de gravação de dados foram realizados com êxito pelos investigadores do Cenipa.

Entretanto, a CNN apurou que o avião da Voepass operava com autorização para deixar de gravar oito informações de voo na caixa-preta da aeronave. Segundo o piloto e engenheiro aeronáutico Jorge Leal Medeiros, isso pode comprometer a investigação do acidente em Vinhedo.

A perícia sobre os gravadores deve atender os parâmetros requeridos pela Comissão de Investigação do Cenipa.

O trabalho de validação é realizado por meio de recursos tecnológicos físicos e lógicos, associados à documentação referente às atualizações de serviços, de componentes e de sensores presentes na aeronave envolvida no acidente.

2ª Fase: Análise de dados

Na segunda fase das investigações, começa o trabalho de análise de dados. Nesta etapa serão analisados as atividades relacionadas ao voo, o contexto do ambiente operacional em que o acidente se deu, além fatores humanos.

A fase de análise também tem como objetivo se aprofundar sobre os componentes, equipamentos, sistemas e infraestrutura envolvida no acidente. No final desta etapa, é produzido o Relatório Preliminar com dados factuais do acidente aeronáutico. A expectativa é que esse primeiro relatório seja entregue em até 30 dias.

3ª Fase: Relatório final

Na etapa final das investigações conduzidas pelo órgão da FAB, o Relatório Final é apresentado e publicado no site do Cenipa. Em comunicado, a FAB informa que “a conclusão dessa investigação terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade da ocorrência”.

A investigação do Cenipa não tem caráter criminal ou punitivo. O relatório ajuda a prevenir novas ocorrências do tipo, promovendo avanços em protocolos aeronáutcios e, possivelmente, na fabricação das aeronaves.

De acordo com apuração junto a fontes ligadas à investigação, a PF deve avaliar também os dados extraídos pelo Cenipa. O papel da PF, neste caso, serve para periciar e apurar possíveis causas e crimes no acidente. A conclusão, entretanto, pode demorar meses.

Cerca de dez peritos criminais federais, especialistas em identificação de vítimas, acidentes aéreos e crimes com complexidade estão atuando nas investigações.

A corporação tem apoiado o trabalho do Cenipa desde o início das investigações, quando empregou equipamentos de laser e scanner 3D para mapear os vestígios do acidente. Isso permitiu que a perícia começasse ainda na sexta-feira (9), data do acidente.

As imagens coletadas e informações das caixas-pretas darão para PF o entendimento sobre a “dinâmica do acidente”. As imagens feitas por pessoas que viram o momento da queda da aeronave também podem auxiliar a instituição policial.

A partir da avaliação da polícia que o inquérito policial pode se transformar em um processo legal, ou se ele será arquivado.

Para o Barroso, o tema se tornou “mais urgente” diante do cenário atual. “Desde o início da gestão, o processo foi incluído em pauta diversas vezes e não foi julgado”, comentou o presidente do STF. “Diante do acidente, o que já era prioridade para pauta da Presidência, se tornou mais urgente”, complementou.

O item será a primeira coisa da pauta da corte para essa quarta-feira (14). O processo questiona trechos do Código Brasileiro de Aeronáutica que foram alterados por uma lei de 2014. Entre os pontos a serem discutidos, estão:

A ação começou a ser julgada em agosto de 2021 no plenário virtual da Corte, mas está parada desde que o ministro Alexandre de Moraes fez um pedido de vista para analisar o caso.



Fonte do Texto

VEJA MAIS

COP29 fecha acordo para dar início ao comércio global de créditos de carbono

Os países aceitaram um acordo na COP29, neste sábado (23), sobre as regras para um…

Sob justificativa de sigilo, operação completa 1 mês com silêncio de órgãos públicos

Há cerca de um mês, equipes da PF (Polícia Federal) saíram as ruas de Campo…

Menino de 3 anos morre afogado em piscina no interior de SP

Um menino de 3 anos morreu afogado em uma piscina, no Centro de Pedro de…