Seria uma boa ideia convocar novas eleições na Venezuela? O homem que manda na política externa brasileira, o assessor internacional Celso Amorim, acha que sim.
Ele sugeriu a ideia ao presidente Lula e a soltou como um balão de ensaio.
No entanto, a proposta já foi rejeitada pela líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, que reiterou o óbvio: o resultado das últimas eleições, vencidas pela oposição, não é negociável.
No entanto, são essas questões óbvias que o governo brasileiro, até agora, se recusa a reconhecer.
É óbvio que a ditadura não quer sair pelo voto. É óbvio que Maduro não acatou o pedido brasileiro, entre outros, de publicar as atas oficiais que a oposição já divulgou.
O mais óbvio de tudo, e que Lula aparentemente não entendeu, é a dupla situação impossível que Maduro criou para o governo brasileiro: enquanto o governo diz pretender negociar algo que nem passa pela cabeça da ditadura — abandonar o poder — acaba sendo visto como cúmplice do regime. Até aqui, isso não lhe causou vergonha.
Na crise venezuelana, o governo brasileiro começou de maneira equivocada, desde que endossou o acordo eleitoral que Maduro traiu, e ainda não conseguiu corrigir o rumo. É óbvio que a ideia de novas eleições nasceu equivocada.
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