O governador do Amazonas, Wilson Lima (União), alertou que o estado enfrenta uma situação crítica devido à estiagem severa que atinge a região.
Em entrevista ao CNN 360°, Lima ressaltou que os níveis dos rios estão abaixo do registrado nas últimas grandes secas, com a estiagem se antecipando em 30 dias em relação ao esperado.
Segundo o governador, todas as nove calhas de rios do estado estão comprometidas, gerando três problemas principais: questão humanitária, dificuldades na navegação e aumento do risco de queimadas.
Medidas emergenciais e assistência humanitária
Para enfrentar a crise, o governo estadual planeja enviar 130 mil cestas básicas para o interior, além de sistemas de abastecimento de água. Lima informou que 30 mil cestas já começaram a ser distribuídas.
Na questão da navegação, o governador mencionou que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) deve iniciar a dragagem dos rios no início de setembro, especialmente em áreas críticas como o Alto Solimões, onde municípios como Tabatinga e Benjamin Constant já enfrentam problemas.
Combate às queimadas e ações integradas
Lima destacou a mobilização de 400 homens para combater as queimadas, sendo 300 do governo estadual e 100 do governo federal.
O governador enfatizou a necessidade de ações integradas permanentes entre os governos federal, estadual e municipal para enfrentar o problema a longo prazo.
“Nós temos um projeto de aproximadamente R$ 80 milhões com recursos do Fundo Amazônia, do Ministério da Justiça e do governo do estado para montar 21 brigadas nos 21 municípios que representam 95% das queimadas”, afirmou Lima.
Impactos nas eleições e infraestrutura
O governador também abordou as possíveis consequências da estiagem para as próximas eleições, mencionando o risco de alto índice de abstenção, especialmente em comunidades indígenas isoladas.
Lima defendeu ainda a importância da pavimentação da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, argumentando que a rodovia é crucial para reduzir o isolamento do estado e minimizar os impactos de crises como a atual estiagem.
“O povo do Amazonas não aceita o discurso de que não é possível a gente sair do isolamento”, concluiu o governador.