Um caso de raiva bovina foi confirmado em uma propriedade rural no município de Porto Estrela, a 198 km de Cuiabá, nesta quarta-feira (4).
De acordo com o Indea-MT (Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso), a presença da doença, transmitida pela mordida do morcego hematófago, foi confirmada através de exames feitos no laboratório do órgão, em Cuiabá.
Com o caso de Porto Estrela, chega a 14 o número de casos confirmados de raiva bovina em Mato Grosso em 2024.
Conforme as informações, o animal morreu na semana passada com sintomas de raiva, foi quando o produtor rural acionou o Indea para investigar a causa.
Com a confirmação da presença da doença, os médicos veterinários do Indea notificaram a Secretaria de Saúde de Porto Estrela e todas as 83 propriedades existentes em um raio de 10 quilômetros onde o foco foi detectado, para que vacinem os bezerros e revacinem o gado, como estabelecido no protocolo.
Raiva
A raiva dos herbívoros é uma doença causada por um vírus da família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus, sempre fatal, que acomete todos os mamíferos domésticos e silvestres. É uma zoonose, portanto, pode acometer o homem.
O principal transmissor da raiva dos herbívoros é o morcego hematófago (vampiro). O morcego doente elimina o vírus pela saliva quando se alimenta do sangue dos animais.
Orientações do Indea
Médicos veterinários do Indea sugerem que o produtor observe diariamente, preferencialmente pela manhã, se os animais apresentam alguma mordida e se eles estão com sintomas de raiva.
Os sintomas são:
- Apatia;
- Isolamento do restante do rebanho;
- Agressividade;
- Andar cambaleante;
- Opacidade de córnea;
- Dificuldade para engolir líquidos;
- Dificuldade de defecar (fezes ressecadas);
- Paralisia dos membros.
Em caso de suspeita de um animal acometido pela doença é necessário tomar algumas medidas, como informar imediatamente o Indea da sua cidade, nunca manipular o animal e isolá-lo do restante do rebanho.
Exame de laboratório usado para identificar a raiva
O servidor do Indea Alison Cericatto, responsável pelo Programa Estadual de Controle da Raiva, explica que a técnica laboratorial usada pelo Indea para detectar a presença da raiva foi a metodologia de Imunofluorescência Direta, na qual são coletadas amostras do cérebro e do cerebelo do animal doente.
O profissional detalha que esse material é colocado em uma lâmina onde é acrescentada imunofluorescência direta. Após a reação química é possível confirmar se há a presença da raiva. O resultado leva até 48 horas.
Ele acrescenta que o laboratório está implantando a técnica de PCR para os casos negativos na imunofluorescência, o que confirma ou não a presença do vírus em 48 horas e ressalta que há um tempo atrás a confirmação da raiva poderia levar até 30 dias.
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