A vice-presidente dos Estados Unidos e candidata democrata, Kamala Harris, tem demonstrado uma estratégia clara na reta final das eleições presidenciais americanas.
Com apenas um mês até a votação em novembro, Harris busca conquistar o voto moderado nos cruciais estados-pêndulo, sem alienar o eleitorado de esquerda.
Segundo o analista de Internacional Lourival Sant’Anna, a campanha de Harris está focada em equilibrar o apelo aos eleitores centristas com a manutenção do apoio da base progressista, tradicionalmente associada a figuras como o ex-presidente Barack Obama.
Apoios estratégicos e conquista de moderados
Um exemplo dessa abordagem foi a recente participação de Liz Cheney, ex-líder republicana e crítica ferrenha de Donald Trump, em um comício de Harris no Wisconsin.
Cheney, apesar de suas divergências ideológicas com os democratas, uniu-se à campanha de Harris para tentar impedir a reeleição de Trump, considerado por ela uma ameaça à democracia.
Enquanto isso, Trump enfrenta desafios para expandir sua base eleitoral. O ex-presidente tem demonstrado resistência em abandonar a persona combativa e disruptiva que o levou à vitória em 2016, o que pode dificultar a conquista de eleitores moderados cruciais para o resultado final.
Economia como fator decisivo
No entanto, Trump conta com um trunfo significativo: a insatisfação da classe média americana com a atual situação econômica.
Este fator pode influenciar fortemente os eleitores moderados, que têm presença marcante nos estados-pêndulo e serão decisivos para o resultado da eleição.
Com as pesquisas indicando uma disputa acirrada e sem um líder claro, os próximos 30 dias serão cruciais para ambas as campanhas.
A habilidade de Harris em conquistar o eleitorado moderado sem perder o apoio da esquerda, e a capacidade de Trump em adaptar sua mensagem para atrair novos eleitores, serão determinantes para o desfecho desta eleição presidencial americana.