Durante a plenária final da COP29, neste sábado (23), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva, discursou em nome do Brasil, país anfitrião da próxima cúpula do clima da ONU.
Em sua declaração, Marina destacou o compromisso brasileiro com o cumprimento da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC na sigla em inglês), diretrizes que determinam a transformação do modelo de desenvolvimento do país.
“Até a COP30, nosso objetivo é o de termos NDC’s para alcançar a missão 1,5 °C”, declarou. “Só poderemos chegar lá com o esforço e a colaboração de cada um de nós aqui representados”.
A ministra se refere ao objetivo de limitar o aquecimento da Terra a 1,5 °C, com a redução da emissão dos gases do efeito estufa.
Em Baku, a comissão brasileira apresentou suas NDC’s, cujo objetivo é reduzir as emissões líquidas de gases-estufa no país de 59% a 67% até 2035.
O Brasil foi o segundo país a anunciar sua nova meta, antecipada pelo governo federal na sexta-feira (8), atrás somente dos Emirados Árabes.
“Após a experiência difícil que estamos tendo aqui em Baku, precisamos chegar a algum resultado, algum desfecho que seja minimamente aceitável e alinhado com a emergência que estamos enfrentando”, disse.
Marina se referiu às dificuldades enfrentadas desde o início da COP29, para se chegar a um acordo de financiamento climático.
A proposta inicial de US$ 1 trilhão, como aporte para países mais pobres enfrentarem as mudanças climáticas e também se adaptarem a elas, foi rejeitada pelas nações mais ricas e consequentemente mais poluentes.
“As sociedades exigem, antes de tudo, um realinhamento com o senso de urgência e responsabilidade, diante do cenário em que vivemos”, enfatizou.
A ministra reforçou o alinhamento do Brasil com o Acordo de Paris e com as negociações da COP28, nos Emirados Árabes.
Destacando o histórico brasileiro com a preservação ambiental, Marina chamou a COP30, em Belém do Pará, de COP das COPs.
“Que a COP30 seja um convite para confiar e compreender que solidariedade, sentido de cooperação e confiança é a matéria-prima do sucesso de qualquer cúpula do clima, principalmente nesta que será a COP das COPs”, expressou.
“Que possamos chegar lá com NDC’s alinhadas com a missão 1,5 °C”, concluiu a ministra.