a mulher que revolucionou o futebol feminino em Mato Grosso

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No coração do futebol mato-grossense, um nome ecoa com respeito e admiração: Dona Juju. Conhecida por sua paixão inabalável pelo esporte e pelo esforço incansável em prol do futebol feminino, Elair Dias Brito – ou simplesmente Dona Juju – construiu uma trajetória que mudou os rumos da modalidade no estado.

Dona Juju (Foto: TV Centro América)

Desde criança, acompanhando o pai torcedor do Operário Várzeagrandense, ela aprendeu a amar o futebol. Mas sua história vai muito além das arquibancadas.

Dona Juju se tornou um ícone na luta pelo crescimento do futebol feminino em Mato Grosso e foi peça-chave na organização do primeiro Campeonato Mato-Grossense da categoria, em 2008.

“Antigamente a gente só tinha o Mixto como time feminino aqui, e todas as vezes ele era indicado para representar Mato Grosso. Eu falei: ‘Ah, gente, não pode! Futebol é disputado, campeonato tem que ser emocionante, vibrante!’. Então, comprei essa briga sadia na federação e falei que precisava ter um calendário feminino, mais times. Era importante para engrandecer o futebol feminino e dar visibilidade”,

Foi assim que, além de torcedora, Dona Juju se tornou dirigente do Operário. E não foi apenas no papel – ela investia, organizava, apoiava e até bancava as despesas do clube.

“No Operário, quem investia era eu. Tudo era eu! Eu fazia desde o café da manhã até tudo, tudo, tudo. Dava meu jeito, fazia empréstimo, pegava 13º, tudo eu colocava ali”, conta.

A batalha, no entanto, não foi fácil. O preconceito esteve presente em muitos momentos da sua trajetória.

“Eu sofri bastante na época. Tinha apoio, mas também tinha aquele lado da discriminação, né? Aquele olhar de quem não aceitava muito. ‘Futebol não é para mulher, mulher tem que ficar dentro de casa, na cozinha’.”

Mas Dona Juju nunca recuou. Seguiu firme e conquistou seis títulos estaduais, sendo o mais marcante em 2018, quando o Operário venceu o Mixto nos pênaltis, após uma virada histórica.

“As meninas do Mixto já estavam convencidas: ‘3 a 0, como a gente vai virar esse jogo?’. Mas veio um gol, depois outro, mais um… Três a três! Fomos para os pênaltis, e nós ganhamos! Foi o jogo que abriu esse reconhecimento todo da luta pelo futebol feminino.”

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(Foto: TV Centro América)

Hoje, com três times mato-grossenses nas divisões nacionais – Mixto e Ação na Série A2 e Operário FC na terceira divisão –, Dona Juju se orgulha da sua contribuição.

“Me sinto muito, muito orgulhosa. Foi uma luta, né? Tivemos que provar que o futebol feminino valia a pena, que era vibrante, que as meninas enfrentavam tudo para estar ali. Eu sei que fiz parte de tudo isso.”

E engana-se quem pensa que ela pretende parar. “Aqui em casa o pessoal fala: ‘A senhora não para!’. Já pensei, sempre digo para minha filha: ‘Vou ganhar na Mega-Sena e comprar um time!’. Ela me diz para viajar, mas eu quero um time para valorizar as atletas da casa, para trabalhar a base. Essa base que vai dar o futuro lá na frente.”

E se tem uma camisa que Dona Juju veste com orgulho, é a do futebol feminino.

“Essa bandeira tem um significado enorme. São mulheres na luta pelo seu espaço, mostrando que podem estar onde quiserem, da forma que quiserem. Eu visto essa camisa e me sinto realizada. Não preciso estar no campo – ela já está aqui, no meu coração!”





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