O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, proferiu um discurso “equilibrado” na Assembleia Geral da ONU em Nova York, segundo a analista de Internacional Fernanda Magnotta.
A fala do líder americano abordou a necessidade de encerrar a era das guerras no Oriente Médio, mas com um tom cuidadoso em relação a certos conflitos.
Magnotta ressaltou que o discurso de Biden foi marcado por um caráter nostálgico e retrospectivo, considerando que esta é sua última participação na Assembleia Geral como mandatário americano.
“Ele enfatizou muito a questão da instabilidade internacional e de como as instâncias de governança precisam dar conta de lidar com os desafios de segurança sobretudo”, explicou a analista.
Estratégia eleitoral e conflitos internacionais
A especialista destacou que Biden buscou concentrar sua fala em temas onde há certo consenso nos Estados Unidos, como o conflito entre Ucrânia e Rússia.
“Ele reforça o compromisso americano em contribuir com a Ucrânia. Mas veja que isso é parte de uma estratégia”, pontuou Magnotta.
Em relação ao conflito no Oriente Médio, Biden adotou uma postura mais cautelosa. “‘Ele evitou, por exemplo, citar Israel pelo nome. Ele não fez referências diretas ao líder, que foi até outro dia um aliado importante dos Estados Unidos, o Benjamin Netanyahu”, observou.
Magnotta interpreta essa abordagem como uma estratégia voltada para as eleições americanas, visando não prejudicar a candidatura da vice-presidente Kamala Harris.
“Existe muita crítica sobre a condução dos Estados Unidos nesse processo. Os Estados Unidos que acabaram de anunciar o envio não só de mais dinheiro, mas também de tropas à região do Oriente Médio”, explicou.
A analista concluiu que o discurso de Biden teve duplo propósito: homenagear seu próprio legado e, ao mesmo tempo, cuidar para não impactar negativamente a campanha eleitoral em curso nos Estados Unidos.
