Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) trouxe à tona dados alarmantes sobre a situação na Venezuela desde as eleições presidenciais realizadas em 28 de julho. O documento revela que 23 pessoas perderam a vida e aproximadamente 1.260 foram detidas pelo regime de Nicolás Maduro.
De acordo com o analista de internacional da CNN Lourival Sant’Anna, esses números podem ser ainda mais elevados. “Esse é um número conservador. O próprio Ministério Público do regime bolivariano fala em 2.200 presos”, afirmou Sant’Anna.
Entre os mortos, 18 eram homens com menos de 30 anos. Das pessoas detidas, 160 são mulheres e pelo menos 100 são crianças e adolescentes.
Os prisioneiros estão sendo acusados de crimes graves, como terrorismo, e enfrentam condições precárias de detenção, sem acesso a advogados ou contato com familiares.
Sant’Anna ressalta que essa estratégia de repressão não é novidade: “Isso é um padrão que já tem há 10 anos. Depois da morte de Hugo Chávez, em 2013, o regime não consegue se manter sem uma repressão muito forte como essa para intimidar as pessoas, empurrá-las de volta para as suas casas”.
Histórico de violência e intimidação
O analista lembrou casos anteriores de violência política na Venezuela, como a condenação do líder oposicionista Leopoldo López em 2014 e as 126 mortes ocorridas durante as eleições da Assembleia Constituinte em 2017. “O regime se orgulha desse desempenho”, observou Sant’Anna.
A situação continua tensa, com Maduro repetidamente chamando a líder da oposição, María Corina Machado, de “criminosa” e ameaçando prendê-la.
Enquanto isso, a atenção internacional se volta para outros conflitos globais, permitindo que o regime venezuelano continue suas práticas repressivas longe dos holofotes da mídia mundial.
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