A situação na Venezuela é “mais sombria” do que é possível noticiar, afirmou o analista de Internacional da CNN Lourival Sant’Anna ao comentar a recente prisão de quatro jornalistas no país.
Durante o CNN Prime Time, ele destacou o controle rigoroso do Estado sobre os meios de comunicação, o que dificulta a exposição completa da realidade venezuelana.
Segundo o analista, nos últimos 20 anos, cerca de 400 veículos de comunicação foram fechados na Venezuela.
“Há muitos anos que não tem nenhuma televisão que fosse independente na Venezuela. A última era a Globovision, que foi confiscada pelo regime”, explicou Sant’Anna.
Repressão à imprensa
O cenário para os profissionais da mídia é alarmante. “Por ano, são presos cerca de 100 jornalistas”, revelou o especialista, lembrando que em 2019, foram registradas 79 prisões de jornalistas. Esta situação reflete a intensa pressão sob a qual os profissionais de imprensa trabalham no país.
Sant’Anna também alertou que a situação no interior da Venezuela pode ser ainda mais grave do que o retratado na capital, Caracas.
“Pessoas comuns contam que parentes estão desaparecendo, principalmente jovens, que tiveram alguma ligação com a campanha da oposição, ou trabalharam como mesários ou como fiscais de votação”, relatou.
Posicionamento internacional
O analista criticou as posições adotadas por Brasil, Colômbia e México em relação à Venezuela, argumentando que elas “partem da premissa de que as instituições funcionam, são confiáveis na Venezuela”. Contudo, Sant’Anna enfatizou que “faz muitos anos que isso não é uma realidade”.
A análise de Lourival Sant’Anna lança luz sobre a complexa situação da liberdade de imprensa e dos direitos humanos na Venezuela, evidenciando a necessidade de uma abordagem mais crítica e realista por parte da comunidade internacional.
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