O analista de internacional Lourival Sant’Anna criticou duramente a sugestão de um “segundo turno” nas eleições venezuelanas, proposta pelo assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim. Segundo Sant’Anna, a ideia “serve para acobertar a fraude” no processo eleitoral do país.
Durante sua participação no programa CNN Prime Time, o especialista detalhou o cenário político na Venezuela, traçando um panorama preocupante sobre o regime de Nicolás Maduro.
Sant’Anna explicou que o país está em um processo de consolidação de uma ditadura, tendo já ultrapassado o estágio de autocracia.
As etapas do autoritarismo
O analista destacou que, na ciência política, o autoritarismo é compreendido em três etapas: autocracia, ditadura e totalitarismo.
“O regime bolivariano está aperfeiçoando a ditadura”, afirmou Sant’Anna, ressaltando que a Venezuela já superou a fase de autocracia, onde ainda havia uma aparência de democracia com a realização de eleições, embora sem real alternância de poder.
Segundo o especialista, o regime de Maduro chegou a um ponto em que “já não tem mais a preocupação em disfarçar, ou não tem condições de disfarçar” seu caráter autoritário.
Sant’Anna argumentou que a impopularidade do governo é tão grande que qualquer tentativa de criar uma aparência democrática poderia ser arriscada para a manutenção do poder.
A análise de Lourival Sant’Anna lança luz sobre a complexidade da situação política na Venezuela e questiona a eficácia de propostas como a de Celso Amorim.
O especialista sugere que tais iniciativas podem, na verdade, contribuir para legitimar um processo eleitoral fundamentalmente comprometido, em vez de promover uma verdadeira democratização no país.
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