Quando há problemas que envolvem a formação severa de gelo em aeronaves — uma das causas especuladas para a queda do voo 2283 em Vinhedo (SP) — pilotos têm segundos para decidir, afirma o comandante Laerte Gouvêa, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Segurança Aeronáutica.
Em entrevista ao programa WW desta sexta-feira (9), Gouvêa comentou sobre as possíveis causas que levaram ao acidente que matou todas as 61 pessoas a bordo.
“Quando é uma formação de gelo severa, a gente está falando em segundos. Porque ele começa a formar devagarinho, você acha que vai dar tempo de pedir a troca de nível. De repente, isso começa a acumular numa velocidade muito alta”, explica.
“Em segundos você já está perdendo rendimento e, mais alguns segundos, você já está estolando e se vê numa situação como ele se viu ali, num stall”.
O movimento de queda do avião também foi analisado pelo especialista. Segundo imagens, a aeronave perdeu sustentação em formato de “parafuso chato”, ou seja, com o bico em paralelo ao horizonte.
Segundo o comandante, a forma de se livrar da situação é abaixar o nariz do avião para formar um “parafuso normal”.
“Isso é estranho a natureza do piloto. Um piloto que não está acostumado a fazer acrobacia, dificilmente sai de uma manobra dessa”, diz.
A Voepass informou que o avião tinha 61 pessoas a bordo, sendo 57 passageiros e quatro tripulantes. O voo 2283 saiu de Cascavel (PR) e iria para Guarulhos (SP).
De acordo com o portal FlightRadar24, o avião decolou às 11h56 e caiu às 13h22. Conforme monitoramento do voo feito pelo site, a aeronave perdeu o equivalente a 5 quilômetros de altitude em menos de 2 minutos.
O acidente ocorreu a cerca de 70 quilômetros – em linha reta – do aeroporto de Guarulhos.
Por meio de nota, a Voepass afirmou que “não há ainda confirmação de como ocorreu o acidente”.
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