como fica o cenário político com 12 vereadoras eleitas em Cuiabá e Várzea Grande

Ao todo, 11 vereadoras foram eleitas nesse domingo (6) para compor um novo cenário político em Cuiabá e Várzea Grande a partir de janeiro do ano que vem. Além disso, Flávia Moretti (PL) foi eleita prefeita de Várzea Grande. Na cidade, foram eleitos três mulheres e 20 homens. Em Cuiabá, foram oito vereadoras eleitas dentre os 27 parlamentares.

Sobre o novo cenário, o colunista do Primeira Página, Alfredo da Mota Menezes, afirmou que o principal objetivo das eleitas deve ser a continuidade do trabalho, para não deixarem esse percentual de presença feminina voltar a cair nas próximas eleições.

Mulheres na política: como fica o cenário?

Para o colunista e historiador, a eleição de uma mulher para a Prefeitura de Várzea Grande foi surpreendente, mesmo a cidade já tendo sido comandada por duas anteriormente: Sarita Baracat e Lucimar Campos.

Moretti, segundo Alfredo, foi uma figura que veio de fora do cenário político que exercia grande influência na cidade ao longo dos anos, com as famílias Campos e Baracat.

O resultado de uma “força feminina”, como explicou Alfredo, foi a vitória sobre Kalil Baracat (MDB), por exemplo. Candidato à prefeitura, que veio de uma família tradicional na política várzea-grandense, ele não conseguiu se reeleger.

Na Câmara de Cuiabá a representatividade feminina também ficará forte, com oito vereadoras. Duas delas, inclusive, estiveram entre os parlamentares mais votados.

A mais votada, Samantha Íris (PL), é empresária, esposa do candidato à Prefeitura de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), e nunca havia atuado na política. Agora, foi eleita vereadora com o maior número de votos, totalizando mais de 7 mil.

Maysa Leão (Republicanos) também continua ocupando uma cadeira na Câmara, com 5.615 votos.

Outro nome é o de Michelly Alencar (União), reeleita para mais um mandado como vereadora na cidade.

Agora, a responsabilidade das candidatas eleitas, segundo Alfredo, é levar o ponto de vista feminino para resolver problemas sociais nas cidades. Além disso, dar continuidade aos trabalhos, para que nas eleições futuras, possam permanecer em seus cargos, ou que seus atos permaneçam.

“E acabar com essa ideia de que área da política é área para homens e não para mulheres. Tem que ser para os dois lados, e quem tem mais conhecimento de assuntos das mulheres, são as mulheres”, disse o colunista.

Outro ponto analisado por Alfredo é uma possível atenção maior a questões como feminicídio, violência doméstica, igualdade social e representatividade – questões e diálogos que podem ser fortalecidos com a presença das parlamentares no cenário político.

“Esse diálogo pode ser levado até para a educação, como se fosse uma disciplina, uma vez por semana, mostrando as realidades dos dois lados, para que não aconteça essa estatística como estou falando, de Mato Grosso ser o primeiro lugar em feminicídio no Brasil, proporcionalmente”, disse Alfredo.