Empresário é condenado a mais de 26 anos por feminicídio de namorada em PE

CNN Brasil


O empresário Wilson Campos de Almeida Neto, de 48 anos, foi condenado na quinta-feira (28) a 26 anos e oito meses de prisão, em regime inicialmente fechado, pelo homicídio qualificado da companheira, Gisely Kelly Tavares Santos.

A pena foi determinada pela 2ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, que considerou que o crime foi motivado por um impulso fútil, sem chance de defesa da vítima e com características de feminicídio.

O julgamento foi realizado no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no Recife, sob a presidência da juíza Maria Segunda Gomes de Lima. O réu foi preso após a decisão, e a defesa do empresário já entrou com um pedido de recurso contra a condenação.

O julgamento foi retomado na quinta-feira, após ter sido suspenso no dia anterior para conclusão do interrogatório do acusado. Durante a sessão, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) defendeu a condenação por feminicídio, enquanto a defesa argumentou que o disparo que matou Gisely foi acidental.

Os debates orais entre as partes foram seguidos pela fase de réplica e pela votação do Conselho de Sentença, composto por jurados sorteados. A decisão final foi lida pela juíza que presidiu o julgamento.

A CNN entrou em contato com o advogado criminalista Célio Avelino, responsável pela defesa de Wilson Campos de Almeida Neto, mas ele ainda não se pronunciou sobre o julgamento.

Relembre o caso:

O crime aconteceu em 19 de julho de 2017, quando Gisely Kelly Tavares, diretora financeira, foi encontrada morta em seu apartamento no bairro do Rosarinho, no Recife. Ela apresentava uma marca de tiro na cabeça, e a cena do crime indicava disparo à queima-roupa.

Câmeras de segurança registraram o momento em que o casal entrou no prédio cerca de 50 minutos antes de Wilson Campos de Almeida Neto deixar o local sozinho, já com outra roupa.

A investigação revelou que a arma usada no crime estava com marcas de sangue e fios de cabelo da vítima. Durante o julgamento, a defesa sustentou que o tiro foi disparado acidentalmente. Inicialmente preso, Wilson foi solto durante a pandemia da Covid-19, obtendo prisão domiciliar devido a problemas de saúde.



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