Um dos principais desafios no combate à febre oropouche é a similaridade de seus sintomas com os da dengue e chikungunya. “Os sintomas são iguais’, afirma Márcia São Pedro, diretora da Vigilância Epidemiológica da Bahia, destacando que isso pode levar a diagnósticos equivocados se não houver uma investigação laboratorial adequada.
A febre oropouche, doença transmitida pelo mosquito maruim, tem causado preocupação na Bahia devido ao aumento significativo de casos. Márcia revelou, em entrevista à CNN, que o estado, até então não considerado endêmico para a doença, já registrou 839 casos até 25 de julho.
Diagnóstico e prevenção
A diretora enfatiza a importância da vigilância ativa e do diagnóstico diferencial. “Precisa-se sim fazer um diagnóstico diferencial, precisa-se desconfiar, precisa fazer um exame, porque inclusive o tratamento é em cima da sintomatologia, não é um tratamento específico”, explica.
As medidas preventivas incluem manter terrenos limpos, especialmente em áreas próximas a plantações de banana e cacau, onde o mosquito transmissor é mais comum. São Pedro recomenda o uso de repelentes e roupas compridas, principalmente para gestantes e crianças, devido a estudos que sugerem uma possível transmissão vertical em animais.
Gravidade da doença
A epidemiologista alerta para a rápida evolução da doença em casos graves. “Esses dois óbitos, elas apresentaram uma febre abrupta de início súbito, uma dor de cabeça, dor no corpo, arterialgia. Logo depois, num curto espaço do tempo, ela complica”, relata, mencionando que as pacientes desenvolveram sangramentos, dor abdominal intensa e hipotensão.
A Bahia tem investido em capacitação das equipes de saúde desde 2023, quando adquiriu kits específicos para testagem do Oropouche e outros vírus. A identificação correta dos casos é crucial para direcionar ações de promoção e prevenção à saúde da população, de acordo com a especialista.
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