Força Nacional monitora tensão entre indígenas e fazendeiros em MS


A tensão entre indígenas e fazendeiros mobiliza forças de segurança na região sul de Mato Grosso do Sul. Em Douradina a Polícia Civil deve ouvir agricultores e indígenas da etnia guarani kaiowá envolvidos em ataque ocorrido em um sítio, no último domingo (14), devem ser ouvidos ao longo da semana. A Força Nacional está na região. No vídeo abaixo é possível ouvir o barulho da rajada de tiros disparados durante o ataque.

Confira

Feridos

A polícia só confirmou o ferimento de um homem de 44 anos, mas em nota o Ministério Público Federal informou que, além da vítima, atingida por arma letal, uma idosa também foi ferida por munição não letal. Ela deve passar por exame de corpo de delito nos próximos dias.

Até o momento não há registro de outras pessoas feridas. As investigações ainda devem apontar quantas pessoas se envolveram no caso. A propriedade onde ocorreu o embate é reivindicada pela comunidade e fica entre duas áreas já ocupadas. Oito indígenas teriam invadido o local, que fica em Douradina. O caso teria parado nas redes sociais e fez com que agricultores se juntassem no local.

Indígena na entrada da Aldeia Guyrakambiy, em Douradina. (Foto: Thalyta Andrade)

Eles teriam usado fogos para “expulsar” os indígenas. Em seguida os indígenas voltaram para a Aldeia Guyrakambiy. Em nota a DPU (Defensoria Pública da União) informou que acompanha com preocupação e está mobilizada para atuar “diante dos graves fatos ocorridos” em Douradina e pediu ao Ministério da Justiça e Segurança Pública a presença de agentes da Força Nacional no local do conflito.

Diante da situação, o ministro Ricardo Lewandowski também determinou o envio da Força Nacional para o local para fazer a proteção das comunidades indígenas e prestar apoio ao trabalho do Ministério e da Funai.

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Integrantes da equipe do Governo Federal durante visita na comunidade Panambi Lagoa Rica. (Foto: Anderson Santos)

O CIMI (Conselho Indigenista Missionário) também divulgou uma nota e alega que trata-se de área de retomada indígena. A reportagem não conseguiu atualizar o estado das vítimas, já que os nomes delas não foram divulgados. Os produtores rurais e o Sindicato Rural de Douradina não se manifestaram.

Diante da tensão, comitiva formada por representantes dos ministérios, dos Povos Indígenas e Direitos Humanos e Cidadania seguem na região. Nesta quarta-feira (17), a equipe visitou a comunidade Panambi Lagoa Rica. Durante a visita, os indígenas protestaram com cartazes pedindo a demarcação da comunidade.

A situação das pessoas supostamente feridas também está no radar das equipes por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena. Um inquérito pra investigar os ataques foi solicitado. A equipe deve permaneça na região pra acompanhar a situação até que se estabilize.

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Indígenas cobrando demarcação do território Panambi-Lagoa Rica. (Foto: Reprodução)

Caarapó

Um suposto ataque em Caarapó também está sendo monitorado pelas autoridades. O Ministério dos Povos Indígenas informa que houve conflito em uma área de retomada também na madrugada de segunda-feira (15). O suposto ataque ocorreu no território indígena Tekoha Kunumi.

O caso foi levado a público pelas redes sociais da entidade Coletivo Coroa Vermelha. No entanto, Polícia Civil e Polícia Militar e própria liderança da comunidade indígena Te’yikue negam que tenha havido confronto. Contudo, as equipes da Força Nacional e da Polícia Rodoviária Federal também estão na região.





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