Na 97ª edição do Oscar, o longa-metragem Ainda Estou Aqui venceu como Melhor Filme Internacional, trazendo, pela primeira vez, o título para o Brasil. Mas você sabia que já tivemos um ganhador do Oscar que viveu e morreu em terras mato-grossenses?
Conhecido como Arne Sucksdorff, o sueco ganhou o Oscar nos anos 40 e na década de 70 se casou com uma cuiabana que foi a primeira agrônoma de Mato Grosso com quem teve dois filhos Cláudio e Anders.
Ganhador do Oscar viveu aqui em Mato Grosso
Arne Edvard Sucksdorff era um cineasta sueco vencedor do Oscar de 1949 com o curta-metragem Symphony of a City, que retratava a cidade de Estocolmo. Na década de 1970, durante uma visita a Cuiabá, ele conheceu Maria Graça, a segunda esposa, com quem compartilhou os últimos anos da vida.
Juntos, eles trabalharam no longa-metragem Mundo à Parte, composto por quatro episódios: “Os Anos Felizes”, “Os Anos na Selva”, “Manhã de Jacaré” e “O Reino da Selva”. Além do curta vencedor do Oscar, Arne produziu outros trabalhos renomados, como O Menino na Árvore, A Grande Aventura e Minha Casa é Copacabana.
Também foi premiado no Festival de Cannes e no Festival Internacional de Cinema de Berlim, recebeu o prêmio de Melhor Diretor no 2º Prêmio Guldbagge e, no 29º Guldbagge Awards, o prêmio Creative Achievement.
Considerado por muitos o pai do Cinema Novo no Brasil, veio para Mato Grosso ministrar um curso de cinema e entre seus alunos estavam Glauber Rocha, Arnaldo Jabour, Eduardo Escorel, Joaquim Pedro de Andrade, Vladimir Herzog, Luiz Carlos Saldanha, Alberto Salvá, Antônio Carlos da Fontoura, Lucila Ribeiro Bernardet e José Wilker.
História de amor de Arne e Maria da Graça
Maria Graça de Jesus, uma das primeiras mulheres formadas em agronomia no estado, conheceu Arne Sucksdorff no “Bar do Beto”, em Cuiabá. Ela estava saindo de uma reunião do Crea e confraternizava com amigos.

Arne, acompanhado de um dos filhos do primeiro casamento, se encantou por Maria e fez uma foto dela para a extinta revista Life, aproveitando a oportunidade para se aproximar. No dia seguinte, pediu Maria em casamento, mas ela recusou.
Após seis meses gravando no Polo Sul, Arne escreveu cartas diárias para Maria, que já havia se mudado para São Paulo. Quando voltou, foi atrás da permissão do pai de Maria para o casamento, que, após a consulta ao padre, foi finalmente autorizado.
Eles se casaram no Rio de Janeiro e passaram a lua de mel na casa de Stanley Kubrick. Depois, viajaram para a Suécia, onde conheceram a família de Arne.
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