O veículo que o estudante de medicina João Vitor Fonseca Vilela, de 22 anos, conduzia quando atropelou e matou a corredora Danielle de Oliveira foi devolvido ao pai do rapaz, dono do automóvel.
O patriarca da família, Fonseca Vilela, entrou com o pedido de devolução na Justiça, argumentando que ele não teve nenhum envolvimento com acidente que culminou na prisão do filho. A defesa do pai do estudante também apontou que era desnecessário manter o veículo apreendido, uma vez que ele já havia sido periciado no dia do atropelamento e dias depois no núcleo de perícias da Policia Civil.
A própria delegada responsável pelo caso confirmou o teste pericial e informou que não restam diligências a serem feitas. O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), por sua vez, foi contra o pedido e opinou que o carro deveria ficar sob poder da Justiça enquanto durar o processo.
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Caso corredora: Justiça marca interrogatório de estudante
No entanto, o juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri acatou ao pedido dos advogados do pai do estudante por entender que o Estado não tem condições de manter o veículo em boas condições.
“(O carro) se encontra sujeito a intempéries da natureza, chuva, sol, etc, por falta de local adequado nas Delegacias de Polícia epátios dos fóruns para guardar, podendo, ao final, perder aos fins que se destina. Como se sabe, o Estado não cuida a contento dos veículos e outros bens apreendidos, questão notória aliás antiga que, em verdade, dispensa maiores ou melhores argumentos adicionais”.
Por fim, Aluizio mandou o Poder Judiciário entregar o veículo ao proprietário. O veículo Pulso modelo 2023 só rodou 21.626 km.
O acidente
A corredora Danielle Oliveira, de 41 anos, morreu atropelada por um estudante de medicina bêbado na MS-010, em Campo Grande, na manhã de sábado, 15 de fevereiro. A atleta realizava um “longão”, treino de longa distância, e outros cerca de 20 atletas também corriam e pedalavam pela rodovia quando a vítima foi atingida.
Segundo testemunhas e policiais que atenderam à ocorrência, o estudante que matou Danielle dirigia em zigue-zague e ultrapassou um grupo de corredores antes de retornar à faixa de rolamento e atingir duas atletas.
Luciana Timóteo da Silva Ferraz foi socorrida com escoriações, enquanto Danielle Correa de Oliveira faleceu no local.
O veículo percorreu aproximadamente 70 metros após o impacto antes de parar. Policiais que atenderam à ocorrência relataram que o motorista foi contido por testemunhas, que retiraram a chave do veículo e acionaram as autoridades.
No dia 24 de fevereiro, a defesa do estudante de medicina entrou com pedido de revogação da prisão preventiva e consequente liberdade provisória. O jovem foi solto no dia 21 de março, sem a necessidade de utilização da tornozeleira eletrônica.
