Lula diz que tarifas desestabilizam economia durante cúpula da Celac


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (9) que “tarifas arbitrárias” desestabilizam a economia mundial e elevam preços, e que a América Latina e o Caribe precisam redefinir seu lugar na nova ordem global.

A fala foi feita durante a cúpula anual da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), realizada em Honduras, em meio aos anúncios de tarifas pelo presidente norte-americano Donald Trump.

“Nossa inserção internacional não deve se guiar somente por interesses defensivos, mas precisamos de um programa de ação estruturado”, disse o presidente brasileiro.

No discurso, Lula disse que a América Latina e o Caribe correm o risco de virar uma zona de influência de novas potências.

“A América Latina e o Caribe enfrentam hoje um dos momentos mais críticos de sua história. (…) Nossa autonomia está novamente em xeque. Tentativas de restaurar antigas hegemonias pairam sobre nossa região”, manifestou.

O presidente brasileiro pediu atuação conjunta dos países para a defesa da democracia, contra a mudança climática e para a integração econômica e comercial.

“Quanto mais fortes e unidas estiverem nossas economias, mais protegidos estaremos contra ações unilaterais”, afirmou Lula.

Ao pedir que os países aumentem o intercâmbio de bens e serviços, o petista afirmou que o volume do comércio do Brasil com a Celac é maior do que o país tem com os EUA e próximo ao estabelecido com a União Europeia.

Lula também sugeriu que o bloco debata a regra do consenso, que segundo ele, “gera mais parálise do que unidade, se convertendo em um verdadeiro direito ao veto”. “A expectativa de uniformidade é irrealista”, expressou aos demais presidentes, pedindo a criação de um grupo de trabalho para analisar uma mudança na regra da Celac.

Além da questão de tarifas dos EUA, a questão da deportação de latino-americanos pelos EUA foi fortemente questionada pelos presidentes na cúpula.

Gustavo Petro, da Colômbia, disse que aceitar a deportação de migrantes acorrentados seria voltar à época dos navios negreiros.

Já a presidente do México, Claudia Sheinbaum, disse não aceitar a criminalização de latino-americanos que vão ao norte global em busca de melhores condições de vida.

Miguel Díaz-Canel, presidente do México, afirmou que os Estados Unidos estão promovendo uma “agenda agressiva” marcada pelo unilateralismo em temas de migração, comerciais e outros, e chantageando outros países.

Tanto Petro como Díaz-Canel questionaram a prisão de migrantes que estavam nos EUA em prisões de alta segurança da América Central e do Caribe.



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