Lula mudou postura em relação à Venezuela e a mim, diz María Corina Machado à CNN


“Eu chorando? O senhor diz porque sou mulher?”. Com essas palavras, a líder opositora María Corina Machado tinha respondido, em março, às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que quando questionado sobre ela não poder participar das eleições presidenciais, disse: “Ao invés de ficar chorando, eu indiquei outro candidato”.

Hoje, a líder opositora, que apoia o candidato Edmundo González Urrutia, o mais competitivo contra Maduro – presidente venezuelano no poder desde 2013 que tenta reeleição para seu terceiro mandato -, acredita que Lula mudou sua postura em relação não somente ao processo político no país como em relação a ela.

Em entrevista exclusiva à CNN Brasil nesta quinta-feira (25), último dia da campanha eleitoral venezuelana, Machado qualificou as falas recentes de Lula sobre a necessidade de que Maduro aceite os resultados como “muito importantes e oportunas”.

Para a líder opositora, dos atores da comunidade internacional, o presidente brasileiro é um dos que mais podem ter influência sobre Maduro.

Corina, que também falou à CNN Brasil que entendia a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) brasileiro de não mandar observadores após Maduro afirmar que os votos no Brasil não são auditáveis, confirmou que pedirá uma reunião com Celso Amorim, assessor de assuntos internacionais do governo, que desembarca na Venezuela nesta sexta (26) para acompanhar o processo eleitoral.

Confira trechos da entrevista exclusiva da líder opositora da Venezuela à CNN Brasil

CNN Brasil: Como você viu a recente declaração do presidente Lula dizendo que Maduro tem que respeitar os resultados, e que quem ganha fica e quem perde tem que sair?
María Corina Machado (MCM): Muito positiva, muito positiva.

CNN Brasil: Vocês estavam esperando declarações mais enfáticas por parte do Brasil?
MCM: Eu acho que o presidente Lula fez declarações muito importantes e muito oportunas nestes últimos dias.

CNN Brasil: Entre essas declarações, quais acha que foram as mais importantes e que incidência real têm sobre o processo?
MCM: Eu não posso especular. Mas eu acredito, sim, que entre as pessoas da comunidade internacional que mais influência podem ter em Nicolás Maduro está o presidente Lula.

CNN Brasil: Você sente que o presidente Lula foi mudando um pouco sua postura sobre o processo venezuelano nos últimos tempos?
MCM: Sim, eu acho. Eu acho. E creio que também com relação a mim.

CNN Brasil: O que em relação a você?
MCM: Porque, bem, acho que em um momento ele foi muito duro com a relação à defesa que eu fiz do meu direito de ser candidata, tendo tido mais de 90% de apoio nas primárias, e tendo sido objeto de uma perseguição ilegal, brutal e injusta por parte do regime. E uma inabilitação totalmente inconstitucional. Mas, no fim, eu acho que ficou claro que a nossa luta nos transcende, a cada um de nós. Trata-se de unir um país e salvar a Venezuela.



Fonte do Texto

VEJA MAIS

Agenda cultural tem festival gastronômico, feiras e encontro de brechós

O penúltimo sábado de novembro tá recheado de eventos e manifestações culturais em Campo Grande…

Parlamentares da Nicarágua aprovam reforma que aumenta poder de Ortega

A Assembleia Nacional da Nicarágua aprovou nesta sexta-feira (22) uma reforma parcial da Constituição do…

Mulher agride aluno com cadeirada em escola municipal na Zona Leste de SP

Uma câmera de segurança da Escola Municipal de Ensino Fundamental Comendador Vicente Amato Sobrinho, na…