Milho, etanol e outras conversas


Movimentação do governo em Brasília em torno do chamado combustível do futuro. Fala-se em diesel verde ou combustível sustentável e ainda o aumento do etanol na gasolina. Uma medida que beneficia Mato Grosso e quase não se ouvem comentários sobre essa alternativa que veio de Brasília.

O mundo está de olho na questão ambiental e até usando isso para falar em punição à produção do agro do Brasil, machucaria MT e sua economia. A União Europeia indo nessa direção, incluindo a questão do desmatamento.

Revista Globo Rural

Com o combustível verde, se seguir o que se propõe ali, ninguém poderia falar nada contra atos e ações do estado nessa área ambiental. Em etanol, Brasil é grande produtor e MT está entre os primeiros nessa agroindústria.

MT está produzindo quase seis bilhões de litros de etanol de milho por ano. O aumento de um ano para o outro chegando a mais de 30% e a tendência é aumentar ainda mais. A safra de milho tende a crescer, mostram estudo. Fala-se que até 2034 poderia chegar em 80 milhões de toneladas. Frente a essa realidade a lei do combustível do futuro parece que foi criada pensando em MT.

Teve gente falando sobre essa possibilidade lá atrás e foi até criticado, inclusive por esta coluna. Foi o caso do Cloves Vetorato que era Secretário de Agricultura e, depois de uma viagem aos EUA, voltou dizendo que o caminho para o estado seria produzir etanol de milho.

A regra em MT e na cabeça das pessoas seria somente produção da cana de açúcar. Não se falava que poderia ser de milho. Nos EUA, onde a produção de cana é praticamente inexistente, já estavam nessa área. E o Cloves, ao ver isso lá, fez o comentário que mereceram erradas criticas. Hoje se vê que a grande produção de etanol, seguindo o modelo norte americano, é o milho, não a cana de açúcar.

Tem a preocupação de que se o estado poderia aumentar a produção de grãos, milho entre eles, nos anos à frente por causa de falta de novas terras. É a questão do desmatamento que o exterior vem apontando o dedo. O estado tem enormes porções de terras para ser incorporada ao processo produtivo, não precisaria derrubar mais nada e não se mostra isso para o exterior.

A coluna usa o assunto combustível do futuro para voltar a esse tema importante para o estado. E se tem o espaço de um ano num acordo com a União Europeia sobre aquela tal punição.

Por que nesse meio tempo não se mostra ao mundo o quanto que o estado tem de terras preservadas? Por que não mostrar ainda o quanto se tem aqui de pastagens e terras degradadas que poderão ser incorporadas ao processo produtivo? Isso está sendo feito? A opinião pública não está sendo informada então. Coisa estranha.

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