Na divisa entre os municípios de Sapezal e Campo Novo do Parecis todos conheciam a amada Serena, uma ave majestosa como todas as araras são em sua essência, mas com um diferencial que a tornava genuinamente única: sua simpatia. Embora essa seja a marca mais linda que ela deixará para quem a conheceu, nessa sexta-feira (13), dia considerado fantasmagórico e até regado a medo, a tristeza veio a galope, Serena morreu.
De acordo com a Elzileide Zimmermann, dona do restaurante onde frequentemente Serena guiava os visitantes, a morte foi uma triste constatação de uma ave que não estava demonstrando a alegria que sempre teve.
“Ela é sempre animada. Quando é cinco horas da manhã, ela já vem comer a frutinha dela aqui no restaurante. Cinco e meia, seis horas, ela fica aqui na frente, no banquinho dela, sempre disposta, sempre feliz, assoviando. Voa pra lá, voa pra cá. E hoje ela não estava desse jeito”, disse.
De acordo com a médica veterinária Jessica Tomé Trevisol, Serena teve uma intoxicação, e como aves são muito sensíveis, ela não resistiu a isso.
“Então, de imediato só não podemos confirmar que foi alimentar”, contou a médica.
Esse ponto, foi inclusive levantado pela “dona” da ave, Elzileide, já que ela era uma ave muito dócil e que se alimentava de quaisquer alimentos oferecidos pelos visitantes. Todavia, isso não foi confirmado.
Além da tristeza, por ora, fica a saudade de muitos amantes de aventura que presenciaram nas asas e no afeto de Serena, um pouquinho da liberdade.
Conheça Serena
Serena apareceu na região e foi se aproximando dos visitantes.
A arara já não se intimidava com a presença do participantes de rafting e os acompanhava para todo lado, desde o carro até a experiência nos botes.
“Quando estamos na Kombi, ela vai nos acompanhando, ora no braço, ora no capô, em cima do carro, depois voa e é assim até chegarmos no rio”, contou Samara Zimmermann, que é guia e instrutora de rafting.
Na hora do rafting, Serena amava fica na cabeça dos praticantes. Aí levantava voo e voltava. Mas, o que ela gostava mesmo era dos petiscos oferecidos.
Foi por causa da comida que ela se aproximou de Rodrigo Zimmermann. Ele trabalhava no restaurante, onde ela vivia atacando a comida deixada pelos visitantes. Assim, se tornaram amigos.