O acidente aéreo envolvendo uma aeronave da Voepass em Vinhedo (SP), que resultou na morte de 61 pessoas, pode ter sido fortemente influenciado por condições meteorológicas adversas, segundo o comandante Laerte Gouvêa, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Segurança Aeronáutica.
Em entrevista ao programa WW da CNN Brasil, Gouvêa expressou sua angústia diante da tragédia: “É angustiante para nós que temos essa vivência na aviação. Toda vez que a gente vê um acidente que leva tantas vidas, nos marca muito e nos deixa realmente angustiados”.
Condições meteorológicas severas
O especialista apontou que as condições climáticas no dia do acidente eram particularmente perigosas.
“O que esse acidente aponta é para a meteorologia. Nós tivemos uma condição muito severa, a frente fria de inverno. Nós sabemos que são sempre as piores”, explicou Gouvêa.
Ele destacou que as frentes frias de inverno são especialmente problemáticas devido à formação de gelo: “Elas são as piores porque normalmente são muito carregadas de gelo, e esses aviões que voam nessa faixa, como os turbo hélices em geral, voam nessa faixa onde o gelo é pior”.
Investigação em andamento
Embora a meteorologia seja um forte indicativo, Gouvêa ressaltou a importância de aguardar o resultado oficial da investigação conduzida pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
“A gente tem que esperar o resultado do Cenipa. O Cenipa faz um excelente trabalho e, assim que sair o resultado, talvez saiam alguns outros fatores”, afirmou.
O comandante também mencionou que outros elementos podem ser considerados na investigação: “Normalmente, num voo desse, entra planejamento, entram alguns outros fatores, mas eu acho que o básico vai ser, sem dúvida, meteorologia”.
A tragédia em Vinhedo reacende o debate sobre a segurança na aviação civil brasileira e a importância de considerar fatores climáticos no planejamento de voos, especialmente em condições adversas.
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