Promotores britânicos disseram nesta quinta-feira que suspenderam as acusações de atentado ao pudor contra o ex-produtor de Hollywood Harvey Weinstein depois de concluir que não havia chance realista de garantir uma condenação.
Quando autorizou as acusações contra Weinstein, há dois anos, o Crown Prosecution Service britânico disse que o suposto crime ocorreu em agosto de 1996, em Londres, e a polícia acrescentou que a acusação envolvia uma mulher que agora tem cerca de 50 anos.
“Após uma análise das provas neste caso, o CPS decidiu suspender o processo criminal contra Harvey Weinstein”, disse Frank Ferguson, chefe da Divisão Especial de Crime e Combate ao Terrorismo da procuradoria britânica.
“Temos o dever de manter todos os casos sob revisão contínua e decidimos que já não existe uma perspectiva realista de condenação”.
Ferguson disse que o Ministério Público explicou a decisão a todas as partes envolvidas.
Weinstein, de 72 anos, foi considerado culpado de acusações de estupro e condenado a 23 anos de prisão nos Estados Unidos em 2020, um marco para o movimento #MeToo, no qual mulheres acusaram centenas de homens no entretenimento, na mídia, na política e em outras áreas de má conduta sexual.
No entanto, o Tribunal de Apelações de Nova York rejeitou a condenação em abril, concluindo que o cofundador do estúdio cinematográfico Miramax não teve um julgamento justo porque um juiz permitiu indevidamente o testemunho de vítimas das quais ele não foi formalmente acusado de agressão. Ele enfrenta um possível novo julgamento em novembro.
Um tribunal de Los Angeles em 2022 também o condenou por estuprar uma atriz na cidade, e ele foi sentenciado a 16 anos de prisão. Essa condenação não foi afetada pela decisão do tribunal de Nova York e ele ainda não começou a cumprir a pena na Califórnia.
Weinstein negou qualquer irregularidade e negou ter tido encontros sexuais não consensuais com alguém.