Quando uma criança é vítima de violência, toda a sociedade falha


Quando uma criança é vítima de violência, toda a sociedade falha: estado, família e comunidade. É por isso que o sistema de proteção aos direitos delas exige uma força-tarefa entre autoridades e especialistas, um aprimoramento diário. Por isso nesta quinta-feira (5) conselheiros tutelares de Mato Grosso do Sul se reúnem em Campo Grande para uma capacitação sobre Escuta Qualificada.

Presidente do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), Marina Poniwas, em entrevista a Morena FM (Foto: Geisy Garnes)

🎧 Ouça abaixo reportagem da Morena FM:

A capacitação conta com a participação da presidente do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), Marina Poniwas, que nesta quinta-feira foi a entrevistada do Papo das 7, quadro do Bom Dia MS.

Segundo Mariana, cuidar das crianças e dos adolescentes, segundo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), é responsabilidade do Estado, da família e da sociedade. Quando acontece a violência é porque todos falharam.

“Na verdade, a gente precisa avançar muito para que as crianças e adolescentes não tem seus direitos violados. É nesse atendimento intersetorial, em que tenha psicólogo em diversas políticas públicas, como a própria atuação do Conselho Tutelar é fundamental para prevenir que essas crianças em situação de risco tenham os direitos violados”.

Para a psicóloga, esse complexo funcionamento do sistema de garantia de direitos é difícil de se efetivar na prática, mas essa é a tarefa de todos os profissionais que atuam nas redes de proteção.

“Os indicies demonstram para gente que o maior número de violência contra crianças e adolescentes acontecem nos ambientes domésticos. E poder entrar nas casas dessas pessoas, nas famílias dessas crianças e adolescentes é fundamental para proteção deles e por isso a escola tem um papel fundamental, porque é nesse espaço, nesse ambiente que essa criança passa quase a maior parte do tempo, e onde é possível observar sinais ou situações ou as vezes a própria criança revela que está passando por situações de violência”.

Marina Poniwas morenafm
Marina Poniwas, que nesta quinta-feira também foi entrevistada na Morena FM (Foto: Geisy Garnes)

Mas a garantia de que as ações serão efetivas dependem de um esforço mútuo, com participação direta da sociedade.

Por isso, o Conanda abriu neste ano duas consultas públicas: a primeira um chamamento para que adolescente de 12 a 16 anos integrem o Comitê de Participação de Adolescentes e o segundo para ouvir os anseios de crianças e adolescentes pertencentes aos povos e comunidades tradicionais.

“O Conanda tem o Comitê de Participação dos adolescentes que faz esse processo de seleção para que eles possam ser agentes políticos na transformação na pauta da infância e do adolescente. O ideal é que eles sejam protagonistas dessa construção de políticas públicas. A gente ainda vive em uma sociedade muito adultocêntrica, em que os interesses dos adultos sempre prevalecem em detrimento de crianças e adolescentes, nós lutamos pelos melhores interesses de crianças e adolescente, mas são eles que tem papel fundamental na construção desse processo”.

Já com relação aos indígenas, o chamamento é para que a sociedade e os povos originários ajudem na construção de politicas públicas e nós digam de fato o que é essencial para a proteção das crianças indígenas.





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