A advogada Caryslia Beatriz Rodríguez é chefe do mais alto tribunal da Venezuela. Ela é a presidente do Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) desde janeiro de 2024 e dirige a Sala Eleitoral do Tribunal.
O presidente venezuelano Nicolás Maduro apresentou nesta quarta-feira (2) um recurso eleitoral para que o Tribunal investigue e certifique os resultados das eleições presidenciais do último domingo (28).
Por isso, a juíza Caryslia Rodríguez é uma figura chave para o governo de Maduro.
Rodríguez foi nomeada como juíza da Câmara Eleitoral do TSJ em 26 de abril de 2022. Seu juramento foi feito pelo presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o chavista Jorge Rodríguez.
A Assembleia Nacional, controlada pelo governo de Maduro, é a encarregada de designar os juízes que compõem o supremo venezuelano.
Antes de sua nomeação, a venezuelana já era uma figura pública ligada ao Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), do presidente Nicolás Maduro.
Rodríguez é advogada e se formou na Universidade Central da Venezuela (UCV), em 1993. Tem mestrado em direito penal militar e especialização em segurança e defesa nacional, de acordo com o portal do Supremo Tribunal de Justiça.
Antes de entrar no TSJ, foi prefeita de Caracas entre agosto e novembro de 2021, período em que substituiu a então prefeita Erika Farías. Em dezembro de 2018, foi eleita vereadora.
Como militante do Partido Socialista Unido da Venezuela, a agora juíza optou por cargos de eleição popular.
Rodríguez foi uma figura chave na sentença 122, que suspendeu as eleições primárias da oposição, onde María Corina Machado havia sido escolhida para representar o partido opositor nas eleições presidenciais.
Foi este mesmo tribunal que proibiu Machado de exercer cargos públicos e por consequência concorrer contra Nicolás Maduro no pleito.
A ONG venezuelana Acesso à Justiça questionou a nomeação de Rodríguez como juíza do país e alertou sobre os perigos do partidarismo na justiça.
Quase todos os integrantes da diretoria do TSJ têm “laços comprovados” com o Partido Socialista da Venezuela (PSUV), diz a ONG.
O governo chavista sempre insistiu na independência das instituições do país.
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