Imagine a cena: você está na Upa (Unidade de Pronto Atendimento) e chega um paciente com uma cobra jararaca dentro de um balde. É o que aconteceu na cidade de Sidrolândia, na tarde desta segunda-feira (10).
O protagonista do flagrante um tanto quanto curioso foi o granjeiro Cleber Velasque, de 39 anos. O rapaz conversou com o Primeira Página e explicou tudo o que aconteceu.
Cleber relatou que trabalha em um aviário e, no horário do almoço, deitou na residência localizada na propriedade para descansar. Porém, o sono foi interrompido pelo alarme da temperatura onde ficam as aves, indicando que estava acima do normal.
Ao verificar o que estava acontecendo, o trabalhador deu a volta pelos fundos da edificação, quando foi surpreendido por uma jararaca que o picou na altura do tornozelo.
“Eu tomei um susto. Peguei um pau e dei uma paulada nela, que morreu na hora. Gritei para o rapaz que trabalha com a gente, que eu tinha sido picado e ele veio correndo, me colocou no carro e fomos para Upa”, disse.
Como já havia sido orientado anteriormente, Cleber decidiu colocar a serpente dentro de um balde e levá-la até a unidade de saúde, para que os médicos pudessem saber qual soro antiofídico usar.
Porém, o local procurado não possuía o medicamento necessário. Por isso, precisou ser transferido para o Hospital Geral em Sidrolândia, onde foi atendido corretamente e segue internado sem previsão de alta, permanecendo em observação.
Passado o susto, mas não as dores, Cleber acredita que tenha pisado na cobra e, por isso, foi atacado. Além disso, afirmou que apesar de ser uma região rural, nunca havia escutado relatos de que alguém tivesse sido atacado por alguma serpente, ainda mais venenosa.
O que fazer quando for picado?
De acordo com o Instituto Butantan, é preciso tomar algumas medidas em caso de ataque de serpente, principalmente se a espécie for venenosa, como a jararaca.
O que fazer:
- Lavar o local da picada com água e sabão;
- Ir até o hospital ou posto de saúde mais próximo;
- Ficar deitado e elevar o membro que levou a picada;
- Se possível, e em segurança, tire uma foto da cobra para ser identificada.
O que não fazer:
- Não fazer torniquetes;
- Não passar nada no local da picada;
- Não cortar a região da picada para “extrair” o veneno”;
- Não consumir bebidas alcoólicas;
- Não sugar o local para tentar “extrair” o veneno”;
O Instituto Butantan, responsável por produzir os soros antiofídicos e distribuir para todo o Brasil, ressalta que o medicamento só pode ser aplicado por profissionais capacitados, e que existe um soro específico para cada gênero de serpente.
Em caso de não conseguir fotografar a cobra, o diagnóstico será feito a partir dos sintomas e das características da picada.
Jararaca
As jararacas são as maiores causadoras de acidentes com cobras em todo o Brasil. De acordo com estudo do instituto, essa espécie representa 69,3% dos casos registrados no país.
As serpentes podem atingir até 1,5 metro, variando de tamanho entre fêmea e macho. As serpentes costumam se alimentar de anfíbios, lagartos e lacraias. O poder do veneno varia de acordo com a idade: os mais jovens tem ação anti-coagulante; os adultos possuem ação inflamatória e a dor no local da picada é mais intensa.
Os principais sintomas em humanos são dor e inchaço local, além de sangramento no ferimento. Pode ocorrer sangramento nas mucosas, além de provocar infecção, necrose e insuficiência renal.

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