O Brasil foi obrigado a expulsar a embaixadora da Nicarágua em Brasília após o embaixador brasileiro ser expulso de Manágua, a capital da Nicarágua, por não ter comparecido a uma solenidade oficial.
O motivo é fútil, mas o significado político é amplo. A Revolução Sandinista na Nicarágua é um antigo amor de Lula, assim como a Revolução Cubana e a Revolução Chavista. Todas essas revoluções desembocaram em ditaduras com as quais Lula sempre tratou de manter as melhores relações possíveis.
Mas a recíproca não é verdadeira. O ditador Daniel Ortega ficou bravo com Lula quando o presidente brasileiro, atendendo a um pedido do papa Francisco, quis interceder por um bispo católico.
Maduro, por sua vez, vem causando severos problemas para Lula ao desrespeitar acordos que o Brasil endossou, ameaçar invadir um país vizinho e fraudar uma eleição que o presidente brasileiro chamava de democrática, sem mencionar o calote em créditos brasileiros.
A maneira como amigos se tratam é problema deles. Mas é problema de todos nós quando os interesses do país são subordinados a amizades e preferências políticas pessoais do presidente da República.
No caso da Nicarágua, o velho, decrépito e tosco ditador Daniel Ortega obrigou Lula a agir, depois de dar um “chute” no representante brasileiro.
Lula já recebeu vários “chutes” de Maduro, de quem voltou a cobrar hoje, em comunicado assinado com México e Colômbia, a apresentação dos resultados das últimas eleições e o respeito aos direitos humanos. Até aqui, Maduro ignorou tudo isso.
Seu colega Daniel Ortega criou para Lula uma situação impossível. Maduro está fazendo o mesmo.
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