Dados da Secretaria Municipal de Saúde de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, mostram que dos 2.107 nascimentos registrados na cidade em 2024, 166 partos foram de crianças e adolescentes com idades entre 10 e 19 anos.
Os dados foram divulgados pelo Poder Judiciário de Mato Grosso, que iniciou uma campanha de conscientização sobre gravidez na infância e adolescência, com palestras em escolas da cidade, até sexta-feira (28).
Gestantes adolescentes em Rondonópolis
Ainda conforme os dados, somente na escola estadual Edith Pereira Barbosa, quatro adolescentes tornaram-se mães em 2024.
Nessa unidade de ensino, localizada em uma região periférica da cidade, concentrou 2,5% do total de adolescentes grávidas.
Desses 166 bebês de mães adolescentes, nove gestações ocorreram em moradoras do bairro Pedra 90, segundo os dados.
Durante a campanha ‘Prevenção da gestação na adolescência’, realizada pelo Poder Judiciário, serão entregues panfletos informativos e feitas orientações em salas de aula com o apoio de equipes psicossociais, em 29 escolas estaduais da cidade.
Além dos alunos, a campanha também inclui professores e pais de estudantes, para desmistificar o tema dentro e fora da sala de aula, como explicou a juíza Maria das Graças Gomes da Costa, idealizadora das ações.
Gravidez na adolescência – quais os riscos?
Os riscos e consequências da gravidez antes da fase adulta foram explicados aos alunos da escola Edith Pereira, pela assistente social da Saúde da Família e Atenção Primária, Edna de Oliveira.
A gestação na infância ou adolescência pode:
- aumentar o risco de morte da mãe;
- causar aborto espontâneo;
- gerar depressão pós-parto;
- causar problemas no desenvolvimento do feto;
- gerar eclâmpsia;
- possibilitar que a mãe contraia Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
Mas, os problemas físicos e psicológicos não são os únicos: grávidas, as adolescentes muitas vezes saem das escolas e não voltam a estudar diante das dificuldades da maternidade, pois precisam trabalhar e cuidar da criança.
Também devemos lembrar que a atividade sexual com adolescentes menores de 14 anos é considerada crime, estupro de vulnerável, como alertou a juiza Maria das Graças.
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