Escrever para muitos autores é uma forma de tomar posse de narrativas que, por vezes, são distorcidas ou invisibilizadas. Na literatura brasileira é possível encontrar obras importantes, construída por vozes potentes que ecoam vivências ancestrais.
Entre elas, cinco mulheres negras que usaram (e ainda usam) a escrita para reivindicar espaço, contar histórias e inspirar futuras gerações. Essas mulheres são fundamentais para ampliar perspectivas sobre uma educação decolonial, pedagogia que propõe uma ruptura com os paradigmas eurocêntricos e buscam valorizar saberes plurais.
Confira quem são essas autoras fundamentais para entender o Brasil sob uma lente decolonial.
1. Conceição Evaristo
Mineira, nascida em Belo Horizonte, Conceição é uma das escritoras mais populares do Brasil. Com o conceito de escrevivência, ela transforma vivências pessoais e coletivas em literatura. O livro “Ponciá Vicêncio” é leitura obrigatória para quem quer entender a força da memória e da ancestralidade negra.
2. Carolina Maria de Jesus
Catadora de papel e cronista da fome. Carolina foi uma das primeiras escritoras negras do Brasil a ganhar projeção internacional. Em “Quarto de Despejo”, ela mostra o dia a dia na favela com uma linguagem direta, crua e profundamente comovente. A escrita da autora é um marco de resistência.

3. Sueli Carneiro
Filósofa, ativista e referência no movimento negro. Sueli é fundadora do Geledés Instituto da Mulher Negra. Ela escreve sobre racismo, gênero e direitos humanos. O pensamento dela aparece com força em obras como “Escrituras da Identidade”, que mistura teoria e vivência.

4. Lélia Gonzalez
Pioneira no debate sobre interseccionalidade no Brasil, Lélia falava de racismo, sexismo e política com coragem e originalidade. Defendia o protagonismo das mulheres negras e denunciava as desigualdades estruturais. A obra dela “Por um Feminismo Afro-Latino-Americano” é leitura essencial.

5. Joice Berth
Arquiteta, escritora e feminista negra contemporânea. Joice traz debates atuais sobre cidade, corpo e pertencimento. Em “O que é empoderamento?”, ela discute o conceito colocando a territorialidade como centro das discussões propondo transformações possíveis e necessárias.
