53% de profissionais LGBT+ que atuam no mercado conhecem alguém que sofreu preconceito no trabalho, diz pesquisa


Uma pesquisa revelou que cerca de 53% dos profissionais que fazem parte da comunidade LGBT+ e que estão no mercado de trabalho conhecem alguém que tenha sofrido preconceito no ambiente de trabalho. 

Além dos 53% dos questionados pela pesquisa, outros 24% afirmaram terem sido vítimas da mesma violência, motivada pela sua identidade, expressão de gênero ou orientação sexual. 

O levantamento, desenvolvido pela Travessia – Estratégias em Inclusão, consultoria de impacto social especializada em programas de Diversidade, Equidade e Inclusão, entrevistou 111 pessoas, e foi intitulado de “Experiências LGBTQIAPN+ no Ambiente de Trabalho”.

Dentre os entrevistados, 24% informaram terem sido vítimas de tokenismo no ambiente de trabalho. A prática é vista como “superficial e simbólica de inclusão, geralmente com o objetivo de evitar críticas ou aparentar existir diversidade sem mudanças significativas ou genuínas”, como explica Vini Michelucci, que é sócia na Travessia e está à frente das ações de diversidade para a comunidade. 

Outros 75% relataram que as empresas onde atuam não possuem programas de contratação afirmativa para pessoas LGBT+. Ainda neste tópico, 60% responderam que essas companhias não possuem metas institucionais sobre inclusão dos membros da comunidade.

Com relação às ações de educação corporativa, 41% das pessoas que responderam ao levantamento disseram que suas empresas não oferecem treinamentos específicos para promover a inclusão de profissionais LGBT+. Outros 52% acreditam que os responsáveis pelos canais internos não estão capacitados para lidar com LGBTfobia, que se trata da violência praticada contra os membros da comunidade LGBT+.

Quando se trata de pessoas transexuais, 50% dos entrevistados comentaram que não existem políticas de apoio a colaboradores trans e travestis durante o processo de transição de gênero, tal como apoio psicológico, jurídico, financeiro e atendimento de saúde especializado.

Na esfera da parentalidade, os dados apontam que 53% dos questionados ressaltaram que o local em que atuam profissionalmente não tem licença parental inclusiva, ou ainda, que não tem conhecimento das práticas da empresa sobre o tema.

Outros destaques da pesquisa

Outros pontos também foram destaques na pesquisa, que constatou que dentre os entrevistados:

  • 29,33% não confiam nos canais internos da empresa ou organização para endereçar assuntos relacionados à discriminação, assédio ou violência contra pessoas da comunidade;
  • 30,67% desistiram de buscar suporte dos canais internos por não acreditar que os problemas seriam solucionados; 
  • 36% afirmaram que as empresas não promovem ações efetivas de prevenção e combate à discriminação contra pessoas LGBT+; 
  • 42,67% não entendem que as empresas ou organizações estejam preparadas para acolher denúncias ou reclamações de pessoas da comunidade; 
  • 50% afirmaram que as lideranças da empresa ou organização não estão genuinamente comprometidas em criar e manter um ambiente inclusivo para pessoas LGBT+;
  • 55,4% afirmaram que a empresa ou organização não possui um processo de recrutamento e seleção inclusivo para membros LGBT+. 

A pesquisa

A pesquisa coletou dados de 111 colaboradores, anonimamente, que atuam em empresas de diversos segmentos espalhadas pelo Brasil e que integram a comunidade LGBT+. O estudo foi dividido em 7 blocos, com um total de 48 perguntas, que foram elaboradas para medir a eficiência de práticas de inclusão voltadas para esse público.  

Para Michelucci, os dados colhidos demonstram uma necessidade contínua das empresas manterem no radar a pauta de inclusão LGBT+, além de seguir aperfeiçoando medidas e políticas que proporcionam um ambiente de trabalho agradável para as pessoas desta comunidade.



Fonte do Texto

VEJA MAIS

Tentativa de roubo em shopping de SP acaba com disparo efetuado por suspeito

Um homem, de 52 anos, foi vítima de uma tentativa de roubo no estacionamento do…

Festival de Música Fesmorena prorroga inscrições

As inscrições para o Festival Fesmorena 2024 foram prorrogadas até 30 de novembro, dando aos…

Joe Biden parabeniza Yamandú Orsi pela vitória na eleição do Uruguai

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, parabenizou o presidente eleito do Uruguai, Yamandú Orsi,…