O humorista Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di, que está preso e é suspeito de estelionato contra pelo menos 370 pessoas, por vender produtos em sua loja virtual e não entregar, aparece em um vídeo nas redes sociais onde as vítimas são alvo de “deboche”.
Segundo a polícia, o prejuízo financeiro causado às vítimas passa da casa dos R$ 5 milhões.
Nego Di está preso desde a manhã do último domingo (14), quando agentes da Polícia Civil de Santa Catarina prenderam o influenciador em uma casa na praia de Jurerê Internacional.
De lá, ele foi levado para o Palácio da Polícia, em Porto Alegre, e em seguida transferido para a Penitenciária de Canoas, na região metropolitana da capital gaúcha, onde segue preso preventivamente.
Nos vídeos obtidos pela CNN, Nego Di aparece em um carro de luxo enquanto conversa com um homem que registra o momento enquanto diz “ninguém mandou comprar televisão”, “ninguém mandou comprar ar-condicionado” e “olha a TV aí”, em referência ao veículo da marca BMW.
Veja o momento abaixo:
Já em outro vídeo, Nego Di participa de um podcast com amigos, onde todos riem quando ele diz que “lançou uma promoção” do ar-condicionado, além de afirmar que a loja é dele mesmo.
Em outro trecho, ele comenta sobre a origem dos produtos, e diz que se os produtos não forem entregues é pelo “usuário não encontrado”, mencionando que caso não tenha chegado, é por conta da loja não ter encontrado o destinatário.
Veja:
O esquema
Segundo as investigações, Nego Di vendia produtos incluindo TVs, ar-condicionado e aparelhos celulares por um preço abaixo do mercado e não os entregava.
Nas redes, ele dizia ter sido contratado por Anderson Boneti para apenas divulgar os produtos, mas em outro vídeo dizia ser o dono e garantia a entrega do produto aos clientes.
Uma das vítimas do golpe, que teve um prejuízo de R$ 30 mil, ao comprar dois celulares e alguns ar-condicionado, contou à CNN sobre o modus operandi de Nego Di.
Segundo ela, o suspeito vendeu, em 2022, aparelhos celulares com valores bem abaixo do mercado e fez a entrega, para dar veracidade ao golpe.
Logo após, ele anunciou que criaria uma loja virtual, vendendo produtos em preço baixo para que todos pudessem ter acesso.
O prazo de entrega dos produtos era de 50 dias, o que para a polícia foi um plano idealizado por Nego Di, para poder ludibriar outras pessoas, fazendo mais promoções para atrair outros clientes nesse tempo.
A partir da procura das vítimas à polícia, houve quebra de sigilo bancário, demonstrando que, em um curto período de tempo Nego Di recebeu mais de R$ 300 mil, confirmando o dolo de estelionato.
O que dizem as defesas
A CNN procurou a defesa do humorista, que afirmou ter entrado com pedido de habeas corpus, para que o suspeito responda o processo em liberdade, pois tem endereço fixo, é réu primário e por estar colaborando com as investigações.
Segundo o advogado que representa Nego Di, a decisão pode sair a “qualquer momento”.
Ainda segundo o advogado que representa Nego Di, o MPRS ofereceu a denúncia, porém seu cliente ainda não foi citado, ou seja, ainda não é réu pelo crime em questão.
A defesa de Anderson Boneti não foi localizada até a publicação desta reportagem.
*Sob supervisão
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