Guerra na Ucrânia: Orbán diz a líderes da UE que Trump atuaria como mediador de paz


Donald Trump, candidato do Partido Republicano à Presidência dos Estados Unidos, está pronto para agir “imediatamente” como mediador de paz na guerra entre Rússia e Ucrânia se for eleito em novembro, disse o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, em uma carta aos líderes da União Europeia (UE).

A carta, endereçada ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e compartilhada com todos os líderes do bloco, foi redigida depois que Orbán conversou com Trump, bem como com os líderes de Ucrânia, Rússia e China.

“Posso (…) afirmar com certeza que, logo após sua vitória eleitoral, ele não esperará até sua posse, [Trump] estará pronto para agir como um mediador de paz imediatamente. Ele tem planos detalhados e bem fundamentados para isso”, escreveu.

O líder nacionalista Orbán, um apoiador de longa data de Trump, fez visitas surpresa a capitais nas últimas duas semanas em uma autodenominada “missão de paz” depois que a Hungria assumiu a presidência rotativa da UE.

Os líderes da União Europeia criticaram suas ações, enfatizando que Orbán não tinha mandato para falar em nome do bloco, que inclui 27 nações, e que quaisquer opiniões que ele apresentasse eram dele.

Para enfatizar o descontentamento com a diplomacia da Hungria em relação à guerra na Ucrânia, que prejudica as posições de longa data da UE, a Comissão Europeia tomou a medida sem precedentes na segunda-feira (15) de impedir que os comissários do bloco participem de reuniões realizadas na Hungria sob a presidência do país.

Alguns governos da UE também planejam, em particular, enviar apenas autoridades públicas de alto escalão, em vez de ministros do governo, para as negociações ministeriais na Hungria, e 63 parlamentares do Parlamento Europeu pediram à UE que retirasse os direitos de voto da Hungria no bloco.

Na carta aos líderes, Orbán disse que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está “fazendo esforços imensos” para permanecer na corrida eleitoral e sugeriu que ele “não é capaz de modificar a atual política pró-guerra dos EUA”.



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