A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) aplicou nesta semana uma multa de R$ 18 milhões à empresa apontada como responsável pela mortandade de milhares de peixes no Rio Piracicaba, interior de São Paulo.
Os episódios aconteceram nos dias 7 e 15 deste mês. Cerca de 235 mil peixes morrerem na região urbana de Piracicaba e na Área de Proteção Ambiental (APA) Tanquã em decorrência de um descarte irregular industrial causado pela Usina São José S/A Açúcar e Álcool.
Um laudo técnico sobre a ocorrência foi concluído nesta sexta-feira (19) pela Cetesb. De acordo com a Prefeitura de Piracicaba, o descarte irregular acontecia no ribeirão Tijuco Preto, que deságua no rio Piracicaba. O despejo dos resíduos poluentes foi identificado no dia 8.
Segundo a Cetesb, após a conclusão das análises, ficou confirmada a relação direta entre o descarte de poluentes com as mortes de peixes. Além da multa, a companhia exigiu que medidas corretivas e técnicas sejam realizadas pela usina.
Resultado do laudo
Análises da Cetesb revelaram que a carga poluidora jogada no rio causou um déficit do oxigênio dissolvido da água, o que resultou na mortandade de milhares de peixes de várias espécies e idades, além de um perceptível mau odor e da alteração de cor na água.
Segundo o órgão, os efeitos da emissão dos poluentes foram percebidos por cerca de dez dias, com relatos de peixes mortos por toda a extensão do rio Piracicaba, no trecho compreendido entre a área urbana do rio e a Área de Proteção Ambiental (APA) Tanquã.
“A Usina São José manipula volumes de produtos e efluentes que, vazados, são suficientes para causar alterações no Rio Piracicaba, sendo de destaque produtos como mel de cana e efluentes de lavador de gases. Assim, é possível concluir que o extravasamento de águas residuárias e mistura de efluentes, constatado na empresa Usina São José S/A Açucar e Álcool, aportou uma carga orgânica significativa para o Ribeirão Tijuco Preto, drenando por esse canal hídrico até atingir o Rio Piracicaba, provocando um déficit de oxigênio dissolvido em níveis insuportáveis para a vida aquática, causando a morte de dezenas de milhares de peixes, de diversas espécies e tamanhos“, informa parte da conclusão do laudo técnico divulgado pela companhia.
A CNN procurou a empresa causadora do descarte irregular, mas não recebeu retorno.
* Sob supervisão
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