Cerca de cinco milhões de sementes foram lançadas por helicópteros nas encostas no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, na última quarta-feira (17). A ação entre o governo gaúcho, Exército Brasileiro, Ibama e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) tem como objetivo devolver a área de vegetação atingida pelas fortes chuvas.
Entre 29 de abril e 30 de maio, o Rio Grande do Sul registrou 4.374 alertas de deslizamentos de todos os portes, em 146 municípios. No Vale do Taquari, as áreas mais íngremes sofrerem movimentos de massa, o solo úmido cedeu e, com ele, a vegetação do local.
Em entrevista à CNN, Marjorie Kauffmann, secretaria da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), explica que a cobertura vegetal é importante para evitar novas ocorrências de deslizamento. “Vamos acelerar o processo de regeneração natural do solo, que terá mais resistência com a cobertura vegetal”, afirma.
Três espécies de plantas herbáceas, que crescem com mais velocidade, foram escolhidas e combinadas a cerca de 30 espécies nativas que são características da região.A ação no dia Dia de Proteção às Florestas teve o objetivo de conscientizar os moradores locais da importância de vegetação e o que fazer em casos de desastras naturais.
Em terra, foram plantadas 340 mudas de árvores nativas da Mata Atlântica, doadas pelo Jardim Botânico de Porto Alegre. A atividade fez parte do projeto SemeAr, uma parceria entre a Sema, o Comando Conjunto da Operação Taquari 2, o Ibama, a Universidade do Vale do Taquari (Univates) e as prefeituras de Santa Clara do Sul, Marques de Souza e Pouso Novo.
A ação também contou com a ajuda de estudantes de escolas municipais e estaduais. Marina Althaus, de 13 anos de idade, foi uma das alunas que participou da oficina de mix de sementes. “Nós aprendemos algumas coisas, como espécies de árvores e sementes. Eu achei bem importante essa missão, porque a gente viu os deslizamentos que atingiram a nossa comunidade”, contou.
“A intenção desse projeto foi semear a esperança naquele povo, que foram brutalmente impactados. Para além da recuperação florestal, a intenção é traz também de esperança e oportunizar uma reflexão importante diante das mudanças climáticas que estamos vivendo”, afirma Diara Sartori, superintendente do Ibama no Rio Grande do Sul, à CNN.
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