Pesquisa divulgada nesta semana revela que 81% das empresas brasileiras têm, no máximo, 10% de mulheres negras em cargo de liderança. O levantamento revela ainda que 70% das mulheres negras são lideradas por homens.
Os dados são da pesquisa Mulheres Negras na Liderança, realizado em parceria entre o Pacto Global da ONU no Brasil e a pesquisa 99jobs. Foram ouvidas 331 pessoas.
Entre as participantes, 57% disseram não haver mulheres negras nas empresas onde trabalham, enquanto 70% responderam ter homens como chefes imediatos.
Em relação à discriminação, 96% das entrevistadas afirmaram que consideram que ainda existe preconceito no mercado em colocar mulheres em posições de liderança. Sobre o comportamento, 73% disseram já ter tido necessidade de adotar posicionamentos como falar alto ou ser mais incisiva para ter credibilidade no mercado.
“Nós, mulheres negras, somos uma representação minoritária em cadeiras de liderança. A maioria de nós, às vezes solitárias em espaço de poder, ainda soma a isso, diversos atravessamentos estruturais que são barreiras que impedem nossas conquistas”, diz Priscila Salgado, porta-voz da 99jobs.
Dificuldades
A pesquisa listou as cinco dificuldades mais frequentes citadas pelas entrevistadas para chegar a um cargo de liderança:
- Racismo estrutural (52%)
- Machismo institucional (48%)
- Conciliar objetivos com atividades pessoais (43%)
- Acesso a experiências (34%)
- Conciliar objetivos com atividades familiares (30%)
Fatores que ajudaram
Também foram relacionados os cinco fatores que as entrevistadas consideram que as ajudaram ao alcançar cargo de liderança:
- Muito tempo de experiência no mercado (50%)
- Qualificação acadêmica (47%)
- Indicação profissional (30%)
- Mentoras ou mentores (28%)
- Universidade de primeira linha (11%)
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