O candidato da coalizão da oposição ao governo Nicolás Maduro, Edmundo González, votou agora há pouco em Caracas, capital da Venezuela. Os eleitores do país votam neste domingo (28) para escolher quem ocupará o Palácio de Miraflores, sede do governo, pelos próximos seis anos.
“Confiamos que as forças armadas vão respeitar a decisão do nosso povo. Vamos trocar o ódio pelo amor, a pobreza pelo progresso. Faltam poucas horas para a mudança. Chegou a hora da esperança para todos”, disse González a jornalistas logo depois de votar.
Quem é Edmundo González Urrutia?
González é diplomata, analista internacional, foi membro do conselho editorial internacional do jornal El Nacional e fez parte da Mesa da Unidade Democrática, aliança que reuniu os mais importantes partidos da oposição antes da formação do PUD, como presidente do seu conselho de administração.
Ele se formou como internacionalista pela Universidade Central da Venezuela e concluiu o mestrado em Relações Internacionais pela Universidade Americana de Washington, D.C., segundo seu perfil no Instituto Fermín Toro de Estudos Parlamentares.
González é coordenador do Grupo de Acompanhamento do Trabalho do Sistema Internacional no centro de estudos.
Nascido em 1949, Edmundo González também foi diretor da Comissão de Planejamento Estratégico e Coordenação do Ministério das Relações Exteriores entre 1990 e 1991.
Foi embaixador na Argélia entre 1991 e 1993, durante os mandatos de Carlos Andrés Pérez e Ramón José Velásquez.
Posteriormente, atuou como diretor-geral de Política Internacional do Ministério das Relações Exteriores, de 1994 a 1998.
Entre 1998 e 2002, foi embaixador na Argentina, nomeado pelo presidente Rafael Caldera. Também ficou no cargo durante os primeiros anos do mandato de Hugo Chávez.
O que propõe González?
Como confirmou a campanha de González à CNN, o candidato montará sua proposta com base nesse plano e em outro documento intitulado “Diretrizes de Políticas Públicas para um Programa de Governo de Governo de Unidade Nacional”.
González pretende “promover medidas de recuperação econômica, social e institucional” como proposta central, segundo disse à CNN.
Suas principais medidas, caso ganhe as eleições, seriam reduzir a inflação, que atualmente chega a 64% na comparação anual, e melhorar os salários, “para que a moeda não se desvalorize”.
Referindo-se às ações que poderão ser tomadas relativamente aos líderes do atual Governo, González garantiu “que a justiça terá de intervir” e que há vários caminhos a seguir. Entre eles, a anistia.
“Em todas as transições e crises políticas, existem acordos de anistia e de justiça transicional. Todos os países que passaram por situações como a nossa acabaram por concedê-la, por isso não excluo que poderíamos tomar uma medida semelhante na Venezuela”, disse à CNN.
Ele procuraria também restaurar a confiança nas instituições do poder, como o Judiciário.
Outro aspecto que González trabalharia caso ganhasse a presidência é a melhoria do sistema de saúde primário. Sua proposta visa “planejar políticas, estratégias e ações de gestão para satisfazer a demanda e necessidades da população”.
Além disso, procuraria “corrigir a ineficiência, impedir e punir a corrupção”.
Compartilhe: