O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim, evitou se reunir com Maria Corina Machado, uma das principais lideranças da oposição na Venezuela.
Corina Machado chegou a sinalizar que gostaria do encontro. Amorim, no entanto, preferiu declinar. Segundo fontes da diplomacia brasileira, a decisão foi tomada para evitar o que chamaram de “armadilha” institucional.
O Brasil tenta evitar tomar qualquer partido neste momento. Tanto que o assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou para a Venezuela deixando claro que se reuniria com representantes da situação e da oposição. No entanto, evitaria os candidatos propriamente ditos.
No caso, Corina Machado não é candidata. Mas só porque foi impedida pela Justiça. Se tornou, no entanto, a principal opositora de Nicolás Maduro e, consequentemente, a maior voz de apoio a Edmundo González.
Desde que chegou na Venezuela, Amorim se reuniu com o chanceler da Venezuela do governo de Nicolás Maduro, Yván Gil e com o opositor Gerardo Blyde. As agendas foram estratégicas e evidencia o esforço do Brasil em tentar demonstrar equilíbrio.
O opositor Blyde foi escolhido a dedo porque ele foi o negociador do Acordo de Barbados e já tem uma relação antiga de interlocução e confiança com o entorno do presidente brasileiro.
O ex-chanceler de Lula também se reuniu com Jorge Rodríguez, presidente do Legislativo e chefe da campanha eleitoral de Maduro. Considerado um dos nomes mais fortes do chavismo, Rodríguez é hoje o principal ponto de diálogo do governo venezuelano com a comunidade internacional.
Segundo apurou a CNN, os encontros serviram para que Amorim reforçasse pessoalmente o governo brasileiro defende: seja qual lado for, quem perder deve aceitar a derrota e reconhecer a vitória do adversário.
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