Criminosos que invadiam contas de agências de turismo e aplicativos de programas de milhas para emitir passagens aéreas clandestinas, são alvo de uma operação nesta quarta-feira (31). Entre as vítimas do crime estão parlamentares de Brasília; pelo menos 20 foram furtados pelo grupo.
O líder da quadrilha foi preso nesta quarta em Campo Grande por policiais do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado).
A ação, chamada de Destino Final, é coordenada pela Polícia Civil de Brasília.
Segundo as informações divulgadas, os hackers invadiam as contas das agências de turismo do Distrito Federal e de pessoas que tinham grande pontuação em programas de milhas; depois emitiam bilhetes conhecidos como “passagens de desistência”, em que a viagem deve ser feita dentro de três dias e as revendiam na Deep Web.
Como o tempo entre a emissão das passagens e a viagem era curto, dificultava que as companhias aéreas percebessem o golpe e cancelassem os bilhetes.
Até o momento, cerca de 750 vítimas do golpe foram identificadas pela polícia. Pelo menos 20 eram parlamentares – vereadores e deputados federais – que por conta do exercício da função institucional, recebem verbas para fazerem viagens oficiais e acumulam milhas.
A prisão
Com as investigações, a polícia chegou ao líder do grupo: um morador de Campo Grande, que agora está preso preventivamente. Além disso, dois mandados de busca e apreensão de bens, o bloqueio de contas e o sequestro de um carro de luxo foram cumpridos na capital de Mato Grosso do Sul nesta quarta.
O suspeito, segundo o Dracco, vai ser levado de avião para o Distrito Federal.
Investigações continuam
Durante a ação, evidências virtuais também foram coletadas e assim como equipamentos informáticos apreendidos na operação, serão periciados pelo Instituto de Criminalística do Distrito Federal para tentar identificar o método de invasão usado pelos hackers.
As investigações também devem ajudar a polícia a confirmar a suspeita de que as passagens eram emitidas para pessoas ligadas ao narcotráfico – que faziam o serviço de “mulas” – e para lavagem de dinheiro, possivelmente, patrocinando um time de vôlei de Campo Grande.
Outro ponto que será apurado é a utilização de cartões de créditos falsificados, provavelmente, adquiridos em grupos da Dark Web.