Mortes cometidas por policiais aumentam 68% em São Paulo


As mortes cometidas por policiais do estado de São Paulo subiram 68,78% no primeiro semestre deste ano. De acordo com dados publicados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), foram 373 casos de morte em decorrência de intervenção policial de janeiro a junho. No mesmo período do ano passado, foram 221.

O governo paulista deflagrou, no fim do ano passado, a chamada Operação Verão na Baixada Santista. A ação foi intensificada em fevereiro de 2024, após a morte do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo, na periferia de Santos. Durante toda a operação, 56 pessoas foram mortas em supostos confrontos com a Polícia Militar.

Ainda segundo os dados da SSP, o número de mortos na região da Baixada Santista mais do que dobrou quando comparamos o primeiro semestre do ano passado com o mesmo período deste ano. As mortes saltaram de 20 para 54, uma variação de 170%.

A Operação Verão, considerada uma das mais letais da história da polícia paulista, foi a segunda ação do tipo deflagrada durante a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos). A Operação Escudo, também na Baixada Santista, foi realizada em julho e agosto de 2023 e terminou com 28 mortos.

Órgãos de defesa dos direitos humanos fizeram denúncias com relatos de violações cometidas durante as operações. Nesta semana, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo protocolou um pedido de indenização contra o governo paulista por danos morais pela morte de Rogério Andrade de Jesus, um dos mortos durante a Operação Escudo.

Os dados reúnem as mortes cometidas por policiais militares e civis, em serviço e de folga. Até pela sua atribuição ostensiva, a PM é responsável pela maioria das ocorrências. Foram 354 mortes cometidas por policiais militares e 19 por policiais civis no primeiro semestre deste ano. Já no mesmo período do ano passado, foram 201 mortes cometidas por PMs — um aumento de 76% — contra 20 cometidas por policiais civis.

Em nota, a SSP afirmou que as polícias possuem corregedorias estruturadas e atuantes para apurar toda e qualquer denúncia sobre a atuação dos seus agentes. “As Instituições não toleram excessos ou desvios de conduta, e punem com rigor quando qualquer ação deste tipo é identificada”.

“Para reduzir a letalidade, a SSP investe continuamente na capacitação do efetivo, aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo e em políticas públicas. Além disso, os cursos ao efetivo são constantemente aprimorados e comissões direcionadas à análise dos procedimentos revisam e aprimoram os treinamentos, bem como as estruturas investigativas”, completa a nota.



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